O olhar materno para o bebê pré-termo em sua constituição psíquica sob a ótica da psicanálise

Abstract

O presente estudo tem por objetivo compreender a relação mãe-bebê pré-termo hospitalizado e as possíveis dificuldades que podem surgir, tais como o olhar da mãe para o seu bebê que pode ser comprometido pela ordem psicológica, pois foi este que a feriu narcisicamente e na ordem física, pois este bebê, uma vez hospitalizado por sua prematuridade, ver-se impossibilitado de ganhar o seio da mãe, poder ir para casa com os pais, além dos aparatos hospitalares que dificultam o contato físico entre a mãe e o bebê. Os recém-nascidos pré-termo, habitualmente, permanecem por longo tempo internados. Em sua maioria são filhos de gestações problemáticas, muitas vezes com longo tempo de restrição ao leito e uso de medicamentos. Geralmente esses bebês permanecem 1 em média 60 a 90 dias internados, e passam por várias intercorrências, com grande custo emocional para suas famílias. Bebês pré-termo são aqueles que nascem com menos de 37 semanas de gestação. O nascimento de um filho pré-termo pode despertar nas mães um sentimento de incompetência e frustação, e assim se considerarem incapazes de terem dado à luz ao filho idealizado. Com a chegada deste bebê pré-termo, a mãe entra em conflito e surgem alguns sentimentos ambivalentes como amor e ódio, medo, insegurança e preocupação, os quais podem influenciar diretamente na qualidade/forma do olhar materno tendo como consequência, alterações na constituição psíquica do bebê. Este trabalho tem por finalidade compreender, a partir da perspectiva psicanalítica, a importância do olhar da mãe para o bebê pré-termo hospitalizado de 0 a 3 meses, considerando a importância deste olhar para a constituição psíquica como sujeito sob a ótica da psicanálise.