Perfil epidemiológico de gestantes com pré-eclâmpsia acompanhadas na gestação patológica em um hospital escola do Recife no período de julho de 2012 a julho de 2013

Abstract

RESUMO Introdução: A hipertensão arterial complica cerca de 7 a 10% de todas as gestações, incidência que pode variar com a população estudada e os critérios utilizados para diagnóstico. É a complicação médica mais comum da gravidez e a principal causa de morbimortalidades materna e perinatal. A gestação pode agravar a hipertensão existente antes da gravidez (hipertensão arterial crônica), bem como induzi-la em mulheres normotensas (hipertensão gestacional/pré-eclâmpsia). Para o consenso do National High Blood Pressure Education Program (NHBPEP), publicado em 1990 e reafirmado em 2000, é fundamental diferenciar a hipertensão que antecede a gravidez daquela que é condição específica da mesma. Na primeira, a elevação da pressão arterial é o aspecto fisiopatológico básico da doença, a última é resultado de má adaptação do organismo materno à gravidez, sendo a hipertensão apenas um de seus achados. O impacto dessas duas condições, sobre mãe e feto, é diferente, assim como o seu controle A pré-eclâmpsia ainda tem a sua etiologia desconhecida. Nas suas formas graves, em virtude da irritabilidade do sistema nervoso central, instalam-se convulsões, denominando-a de Eclâmpsia. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico das gestantes com pré-eclâmpsia acompanhadas em um hospital escola do Recife no período de julho de 2012 a julho de 2013. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, tipo corte transversal, de abordagem quantitativa e retrospectiva. O estudo foi realizado no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), a instituição tem caráter filantrópico, atua na área assistencial, de ensino e pesquisa. A amostra foi composta por gestantes que estiveram internadas no 4º CAM, com diagnóstico de Pré-eclâmpsia, no período de julho de 2012 à julho de 2013, sendo 68 gestantes. Os critérios de inclusão foram constituídos por todas as gestantes do alto risco, que estiveram internadas no 40 CAM por Pré-eclâmpsia no período de julho de 2012 à julho de 2013.Foram excluídas as gestantes que estiveram internadas por outras patologias que não fosse a Pré-eclâmpsia. A coleta de dados foi realizada no período de 02/02/2014 a 30/04/2014em prontuários de pacientes, seguindo um roteiro estruturado elaborado pelas autoras. Estes prontuários foram identificados a partir do livro de registro de admissões do 4º CAM referentes às gestantes com pré-eclâmpsia e solicitados ao arquivo médico da instituição. Foi utilizado o Software STATA/SE 12.0 e o Excel 2007 a partir dos dados coletados nos formulários específicos. Os resultados estão apresentados em forma de tabela com suas respectivas frequências absoluta e relativa. Esta pesquisa não implica em riscos adicionais, uma vez que os dados coletados foram adquiridos através dos prontuários, de forma retrospectiva, portanto foi solicitado dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O estudo atendeu às determinações da Declaração de Helsinque e aos termos da Resolução Nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Sendo preservada a confidencialidade dos dados, cujos resultados da análise serão voltados exclusivamente para fins científicos. O estudo só foi iniciado após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do IMIP, sob o nº 3906-13. Resultados: em relação a procedência, 39,7% eram oriundas da Região metropolitana do Recife, 38,2% do Interior de Pernambuco. Em relação ao estado civil, 57,3% tinham união estável. Quanto a escolaridade 38,2% tinham o ensino fundamental incompleto. Com base nos dados achados, 32,4% das gestantes já apresentavam história anterior deHAS13,2%, Diabetes5,9%,Cardiopatia2,9%,nefropatia45,6%.Não informado. Em relação a cirurgias, 63,2% não realizaram previamente. Quanto a Hemotransfusão 75% não necessitaram e 77,9% não fazem uso de álcool. Em relação ao cigarro 76,4% não são tabagista, em se tratando de drogas 80,9% não fazem o uso e 44,1% estão fazendo o uso de alguma medicação. Em relação aos antecedentes familiares 77,9% são portadores de HAS, 58,8% de diabetes. 64% das gestantes tiveram a menarca com idade maior ou igual a 12 anos; a coitarca em 44,1%e 44,1% das gestantes foi com idade entre 15 e 20 anos. Em relação ao número de gestações 35,3% apresentavam uma gestação; 44,1% não haviam parido. Entre essas pacientes69,1% não abortaram e 42,6% não utilizava algum método anticoncepcional. CONCLUSAO: Como não existem meios eficazes, a nível populacional, de prevenção da PE, uma vez identificados esses sinais e/ou sintomas, é fundamental que a atenção esteja voltada para impedir o agravamento da doença e assim, reduzir a morbimortalidade materna e perinatal. Palavras-chaves: Pré-eclâmpsia, perfil epidemiológico, gestação.