Avaliação pré-operatória de pacientes não cardíacos: qual a percepção dos profissionais em um hospital escola?

Abstract

RESUMO Introdução: Apesar da importância da história e exame clínicos, ainda existe a tendência à supervalorização de exames complementares durante a avaliação pré-operatória. A realização de tais exames não implica em alteração de morbimortalidade do paciente saudável ou em complicações no período perioperatório, mas aumenta a possibilidade de resultados falso-positivos e eleva os custos para a instituição. Objetivo: Identificar a percepção dos profissionais de saúde quanto à avaliação pré-operatória de pacientes não-cardíacos. Método: Estudo qualitativo baseado em revisões bibliográficas e na resolução de um questionário eletrônico aplicado aos médicos, residentes e internos da Clínica Médica, Anestesiologia, Obstetrícia e Cirurgia do Hospital do IMIP, excetuando médicos da cirurgia cardiovascular. Resultados: O estudo envolveu 61 profissionais, dentre os quais 73,77% elegeram como motivo principal da solicitação de exames pré-operatórios "identificar, quantificar ou estadiar patologias evidenciadas no exame e história clínicos". Da amostra, mais de 60,7% das pessoas responderam que raramente o exame pré-operatório identifica alguma alteração não vista no exame físico. 77,4% possuem conhecimento de algum protocolo de exames pré-operatórios ou parecer cardiológico na unidade hospitalar e 100% consideram pelo menos importante padronizar os exames pré-operatórios baseado em evidências. Conclusão: As indicações para solicitação de exames pré-operatórios por parte dos profissionais de saúde não apresentam evidências robustas e se mostram divergentes ao que é recomendado cientificamente. Por outro lado, existe boa aceitação quanto ao uso de um protocolo local como forma de evitar iatrogenias e reduzir custos no serviço de saúde. Palavras-chave (DeCS): Cuidados pré-operatórios. Cirurgia eletiva. Assistência ao paciente. Exames médicos.