Perfil epidemiológico e desfechos de crianças diagnosticadas com doença do Coronavírus 2019 (Covid-19) internados no setor de isolamento respiratório da emergência pediátrica de um Hospital escola no Recife: um estudo transversal

Abstract

RESUMO Introdução: A presente pandemia do COVID-19 está causando danos sociais e econômicos sem precedentes. Até a presente data, são mais de 226 milhões de casos e cerca de 4.6 milhões de mortes em todo o mundo. Mesmo havendo evidência de que a vasta maioria dos óbitos e casos graves ocorram em adultos, crianças ainda se apresentam como importantes vetores para a doença além de terem uma apresentação clínica atípica. Desse modo, a escassez de estudos a respeito do perfil epidemiológico de crianças infectadas limita não só o maior conhecimento da evolução clínica desses pacientes, mas também a implementação de medidas preventivas efetivas e, consequentemente, o controle da pandemia. Objetivos: Analisar as características epidemiológicas e desfechos de pacientes internados após diagnóstico de COVID-19 no setor de isolamento respiratório da emergência pediátrica de um hospital escola no nordeste do Brasil. Método: Estudo transversal com a seguinte esfera: pacientes internados no setor de isolamento respiratório da emergência pediátrica do IMIP, menores de 14 anos, 11meses e 29 dias, e que foram internados pela gravidade como caso suspeito de COVID-19 sendo posteriormente confirmados laboratorialmente portadores da doença. A coleta de dados ocorreu via análise retrospectiva de prontuário dos pacientes. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do IMIP. Resultados: Das 29 crianças admitidas na emergência pediátrica com COVID-19, 41,3% tinham idade menor que 02 meses, 10,3% tinham idade entre 02 meses e 01 ano e 48,2% dos pacientes tinham idade maior que 01 ano. 12 pacientes(41%) tinham diagnóstico de comorbidades pré-existentes; 19 pacientes(65%) se apresentaram com sintomas respiratórios e 34% necessitaram da suplementação de oxigênio. 69% dos pacientes analisados necessitaram de internamento hospitalar, sendo 10% desses em UTI. Apenas dois pacientes(6.9%) evoluíram a óbito. A grande maioria(44.8%) dos pacientes teve estadia menor do que 5 dias no hospital, sendo necessário internamento hospitalar maior do que 10 dias em 24% dos casos. Conclusão: O presente estudo destaca o grande impacto da pandemia na população pediátrica. Comorbidades pré-existentes parecem ser grande fator de risco para mau prognóstico nessa população. Salienta-se, desse modo, a necessidade de inclusão dessa população nas medidas preventivas contra o COVID-19. Palavras-chave: COVID19; Epidemiologia; pediatria