Perfil epidemiológico de pacientes com febre reumática entre anos 2017 a 2023 no Brasil

Abstract

RESUMO Introdução: A febre reumática, também conhecida como doença reumática, é uma patologia causada pela infecção das vias aéreas superiores pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A. Ela pode levar a uma doença cardíaca reumática, que é grave e pode levar à morte. É mais comum em crianças, mas também pode ocorrer em adultos. Além da predisposição genética existente, questões socioeconômicas desempenham um papel crítico na determinação e estão associadas ao aumento do risco da doença, especialmente em países em desenvolvimento. A prevenção da doença é relativamente fácil, mas quando a lesão cardíaca grave é instalada, pode ser difícil de tratar. Objetivos: Avaliar o perfil de pacientes com a febre reumática nos anos de 2017 a 2023 no Brasil, quanto a região de procedência, idade, óbitos e internação pela doença e suas complicações. Métodos: A pesquisa incluiu análises de dados de estatísticas vitais, epidemiológicos e morbidade do DATASUS e SIM do Ministério da Saúde. Foram coletados dados sobre o número de internações, óbitos e faixas etárias afetadas pela febre reumática por região do Brasil nos anos de 2017 até fevereiro de 2023. Resultados: Houve um total de mais de 10 mil internações por febre reumática no Brasil, sendo o sudeste e nordeste as regiões com maior número de internações. A faixa etária mais afetada foi de 5 a 14 anos (com 36,65%), em seguida dos 45 a 54 anos (com 29,09%) e dos 55 a 64 anos (com 29,11%). Quanto à doença cardíaca reumática, foram registradas mais de 42 mil internações, novamente com o sudeste e nordeste liderando em número. A faixa etária mais afetada pela doença cardíaca reumática foi de 50 a 69 anos (com 86,21%). Em relação aos óbitos, só há registros recentes de óbitos por febre reumática, o que se refere a doença com ou sem comprometimento do coração, e com dados disponíveis até 2021. Conclusão: As regiões sudeste e nordeste do Brasil apresentaram o maior número de internações por febre reumática. A falta de bases de dados específicas para essas condições no Brasil contribui para o subdiagnóstico e aumento dos custos de saúde relacionados a internações e tratamentos. Destaca-se a importância de abordagens abrangentes para prevenir e tratar a febre reumática, incluindo educação, melhor acesso aos serviços de saúde e treinamento adequado dos profissionais de saúde. Também enfatiza a necessidade de conscientização sobre a doença e o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e controle, a fim de reduzir a incidência e o impacto da febre reumática no sistema de saúde. Palavras-Chave: Cardiopatia Reumática; Febre Reumática; Doença Cardíaca Reumática; Epidemiologia; Morbimortalidade; Profilaxia; Tratamento; Assistência de Enfermagem;