Avaliação dos níveis de anticorpos IgG Anti-SARs-CoV2 nos individuos imunizados com vacinas adsorvida Covid-19 inativada (Coronavac) e vacina Covid-19 recombinante (Astrazeneca)

Abstract

RESUMO Objetivo: analisar os níveis de anticorpos IgG anti-SARs-CoV2 na população imunizadas com vacina adsorvida COVID-19 inativada (Coronavac) e vacina COVID-19 recombinante (AstraZeneca) do Arquipélago de Fernando de Noronha (AFN). Métodos: Trata-se de um estudo de coorte realizado no período entre dezembro 2020 a setembro de 2021 no arquipélago de Fernando de Noronha, Pernambuco, Brasil. Foram incluídos 834 participantes com idade > 18 anos. Foram realizadas coletas de material biológico (soro) para dosagem de anticorpos IgG SARS-CoV-2 na fase Pré-vacinal, e após 1a e 2a dose d vacina Coronavac e AstraZeneca. Para análises de níveis de anticorpos IgG anti-SARs-CoV2, foram coletadas amostras de sangue venoso em tubo sem anticoagulante. Para dosagem de IgG anti-SARs-CoV2 no soro dos participantes antes e após vacinação foi utilizado o kit SARS-CoV-2 IgG II Quant (Cód. 6S60B; ARCHITECT i System) por quimiluminescência (CMIA). Este estudo foi aprovado pelo Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), conforme Resolução n° 466/2012, relativas à ética em pesquisa envolvendo seres humanos. Resultados: A mediana de idade foi de 43 anos, sendo 433 indivíduos do sexo feminino e 401 do sexo masculino. A coleta de sangue venoso para análise pré-vacinal foi realizada em dezembro de 2020, e no pós-vacinal (1ª e 2ª doses), a coleta de amostra de sangue foram realizadas ao longo de 2021, seguindo o esquema vacinal adotado pelo Estado de Pernambuco. Foram 652 participantes imunizados com 2 doses de vacina COVID-19 recombinante (AstraZeneca), e 182 participantes imunizados com 2 doses de vacina adsorvida COVID-19 inativada (Coronavac). Foram realizadas análises múltiplas para avaliar a cinética de produção de anticorpos IgG anti-SARs-CoV2 antes e após imunização. A analise realizada com ambos os imunizantes (Coronava e AstraZeneca) mostra que houve aumento dos níveis de anticorpos IgG anti-SARs-CoV2 entre a 1ª dose vs. Pré-vacina e 2ª dose vs. Pré-vacina (P<0.0001). Porém, para a vacina AstraZeneca, verificou-se uma redução dos níveis de anticorpos na 2ª dose de vacina comparada a 1ª dose. Observou-se que os níveis de anticorpos IgG anti-SARs-CoV2 após a 2ª dose no grupo vacinado com AstraZeneca foram mais elevados quando comparado aos níveis obtidos pelo grupo com da vacina Coronovac na 2ª dose (P<0.0001). Os níveis de anticorpos IgG anti-SARs-CoV2 nos vacinados com AstraZeneca foram mais elevados no grupo com idade igual ou maior que 60 anos comparado ao grupo com idade abaixo de 60 anos (P<0.0001) na 1ª dose. Na 2ª dose de AstraZeneca, foi observado níveis mais elevados no grupo de participantes com idade abaixo de 60 anos. Na comparação entre os grupos do sexo feminino e masculino, observou-se que níveis elevados de anticorpos IgG anti-SARs-CoV2 no grupo do sexo feminino na 1ª e 2ª dose de Coronavac comparado ao masculino (P<0.05). Com relação ao grupo vacinados com AstraZeneca, não foi observada diferença estatística significativa nos níveis de anticorpos IgG anti-SARs-CoV2 entre os grupos do sexo masculino e feminino com uma ou duas doses da vacina. Conclusão: Com este estudo foi possível concluir que a imunização com vacina de vírus inativado ou vacina recombinante foram efetivas na produção de anticorpos IgG anti-SARs-CoV2 em adultos jovens e idosos, de ambos os sexos, reforçando a importância da vacinação em toda a população, a fim de evitar a propagação do vírus e gravidade da doença.