Transmissão vertical do HIV: um olhar sobre o estado nutricional dos lactentes

Abstract

RESUMO Objetivo: Verificar o estado nutricional dos lactentes expostos ao HIV no período perinatal, atendidos nos Serviços de Atenção Especializada do município de Recife, Pernambuco. Métodos: Estudo de corte seccional, baseado na análise de prontuários de lactentes admitidos para a primeira consulta nos três principais serviços de atenção especializada às pessoas vivendo com HIV/AIDS do estado, entre outubro de 2021 e abril de 2023. Foram incluídos lactentes acompanhados até o 12º mês de vida ou até a realização da sorologia final. O estado nutricional foi aferido pelo escore Z de peso para idade gestacional e pela classificação do peso ao nascer, com análise no Stata, versão 15. Resultados: Foram avaliados 204 prontuários. A média do peso ao nascer foi 3037,2 g (±489,8). Pelo escore Z, 95,6% (IC95%: 91,6–97,7) apresentaram peso adequado e 3,4% (IC95%: 1,6–7,0) eram pequenos para a idade gestacional. Pela classificação do peso ao nascer, 87,7% (IC95%: 82,4–91,6) estavam adequados e 12,3% (IC95%: 8,3–17,6) tinham baixo peso. Cerca de 35,8% das mães descobriram a infecção na gestação, 6,4% apenas no parto e 85,3% utilizaram terapia antirretroviral, sendo 55,8% antes da gravidez. Conclusão: A maioria dos lactentes apresentou estado nutricional adequado. Embora a TARV seja essencial para a prevenção da transmissão vertical, seus potenciais efeitos sobre o crescimento infantil requerem investigação adicional, destacando a importância do acompanhamento clínico e nutricional contínuo. Palavras-chave: Lactentes; HIV; Exposição; Transmissão vertical de doença infecciosa; Nutrição.