Mucosite oral: perfil epidemiológico em um serviço de oncologia pediátrica do Recife

Abstract

RESUMO Introdução: O câncer pediátrico é caracterizado pela proliferação descontrolada de células. Diferentemente dos adultos, fatores genéticos possuem maior relevância. Os tipos mais comuns incluem leucemias, linfomas e tumores do sistema nervoso central, com previsão de 430 mil novos casos até 2025 no Brasil, sobretudo no Sudeste e Nordeste. Apesar da incidência, a taxa de cura chega a 70% quando há diagnóstico e tratamento precoce. O tratamento envolve cirurgia, quimioterapia e radioterapia, que também geram efeitos adversos, como a mucosite oral, inflamação que compromete a qualidade de vida e requer abordagem multidisciplinar. Objetivo: Traçar o perfil epidemiológico da mucosite oral em pacientes pediátricos em tratamento oncológico no IMIP. Método: Estudo de coorte prospectivo. Resultados: Entre 426 pacientes, 22 (5,2%) desenvolveram mucosite oral, totalizando 30 episódios. Predominaram meninos (63,3%), ≤9 anos (53,3%) e Leucemia Linfoide Aguda (76,7%). Em 86,7% houve associação ao metotrexato em altas doses. A maioria foi de baixa gravidade (Grau I: 46,7%; Grau II: 40,0%), com interrupção terapêutica em 3,3%. A laserterapia mostrou-se eficaz, com cicatrização média de 3,4 dias. Higiene oral foi satisfatória em 76,7%, sem associação significativa entre gravidade e variáveis analisadas. Conclusão: A mucosite oral apresentou baixa incidência e predomínio de casos leves (Grau I e II), principalmente ligados ao metotrexato em altas doses. A fotobiomodulação foi eficaz, promovendo rápida cicatrização. Associada a cuidados orais, protocolos padronizados e intervenção precoce, contribui para manejar a mucosite, manter a quimioterapia, melhorar a qualidade de vida e otimizar desfechos oncológicos infantis. Descritores: Mucosite; Quimioterapia; Saúde bucal.