Influência das mídias sociais sobre o comportamento alimentar de universitários do Nordeste brasileiro

Abstract

RESUMO Este estudo investigou como o uso das mídias sociais afeta o comportamento alimentar de universitários de cursos da saúde de uma instituição em Pernambuco. Foi conduzida pesquisa quantitativa transversal com 103 estudantes de uma faculdade privada em Recife/PE, durante os meses de setembro e outubro de 2025. Coletaram-se dados sociodemográficos e foram utilizadas as escalas do SISVAN e do SESMEB. Análises descritivas e inferenciais avaliaram médias, proporções e associações, como os teste t, ANOVA, Qui-quadrado e regressão linear. Verificou-se média de idade de 22,0 anos (DP=4,9), predominância feminina (74,8%) e alto uso diário de redes sociais (71,9% >3 horas). A média de influência midiática foi 51,1±14,2, com 86,4% dos participantes apresentando influência de moderada a muito alta. Quase dois terços (68,0%) seguiam perfis de alimentação em redes sociais (Tabela 2) – grupo cuja pontuação média de influência (54,6±14,0) foi 25% maior do que a dos que não seguem (43,6±11,5; p<0,001; Cohen d=0,85) (Tabela 7). Não houve diferenças estatisticamente significativas por sexo (p=0,253) ou faixa etária (r=-0,063; p=0,530). O consumo de frutas, verduras e feijão foi relativamente elevado, mas a ingestão de ultraprocessados (bebidas açucaradas 60,2%; lanches rápidos ~55%; docinhos 52,4%) também foi alta. Conclui-se que as mídias sociais exercem influência relevante sobre a alimentação desses estudantes, sobretudo quando eles buscam ativamente conteúdo nutricional on-line. Recomenda-se incluir estratégias de literacia digital na formação em saúde, de modo a capacitar jovens a avaliar criticamente informações de nutrição na internet. Palavras-chaves: Comportamento alimentar; Literacia digital; Mídias sociais; Nutrição; Universitários.