Avaliação da densidade mineral óssea em pacientes com hepatite autoimune e sua relação com dose de corticoide e tempo de uso da medicação

Abstract

Objetivo: avaliar dose e tempo de uso da corticoterapia sobre densidade mineral óssea (DMO) de pacientes pediátricos portadores de Hepatite Autoimune (HAI). Método: estudo de corte transversal, retrospectivo. Foram avaliados 37 pacientes portadores de HAI em uso crônico de corticoide. Densitometria óssea era realizada para avaliar a DMO, quando ainda não se tinha registro desse exame. Resultados: dos 37 pacientes avaliados, 83,78% eram do sexo feminino e 28 possuíam diagnóstico de HAI tipo I. A média de idade foi de 12,6 anos. As doses de prednisona variaram de 2,5 a 40 mg/dia com média de 12,8 mg/dia. O tempo de corticoterapia variou de 7 meses a 14 anos, com média de 68,4 meses. Vinte e sete pacientes realizaram densitometria óssea. Destes, quatorze obtiveram resultados normais e treze apresentaram comprometimento da DMO. Não houve significância estatística entre a dose de corticoide utilizada e alteração óssea (p=0,391). No entanto, foi evidenciada relação do tempo de uso de corticoide com alteração da DMO com significância estatística (p=0,002). Conclusão: O uso de corticoide a longo prazo parece ter maior influência na alteração da densidade mineral óssea que a dose utilizada. Medidas preventivas, como uso de suplementação de cálcio para pacientes em regime de corticoterapia crônica, devem ser instituídas para evitar comprometimento na DMO.