Avaliação dos aspectos epidemiológicos dos transplantados cardíacos em hospital de referência na cidade do Recife

Abstract

Objetivo: Determinar o perfil epidemiológico dos indivíduos submetidos ao transplante cardíaco no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) entre os anos de 2012 e 2018. Métodos: Estudo transversal observacional, com coleta de dados em prontuários de 107 pacientes transplantados cardíacos no referido hospital. A ficha de coleta utilizada agrupou dados epidemiológicos e ecocardiográficos. Os dados coletados foram digitados no programa Microsoft Excel versão 2010 e foi utilizado o Software Statistical Package for the Social Sciences - SPSS 13.0 para Windows. Todos os testes foram aplicados com 95% de confiança. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do IMIP, com CAAE nº 74505717.8.0000.5201 e está de acordo com as normas estabelecidas na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Resultados: A amostra de dados foi composta por 58,9% indivíduos vivos, 72,9% do sexo masculino, média de idade de 45,8 anos, 12,1% tabagistas e 15,9% etilistas. Quanto à insuficiência cardíaca, a etiologia mais prevalente foi a idiopática, apresentada por 26,1% dos indivíduos, quanto ao tempo de diagnóstico foi observado que 27,1% possuíam mais que 3 anos. As comorbidades hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus estiveram presente em 40,2% e 15% dos transplantados, respectivamente. Os dados ecocardiográficos foram compostos por fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) com média de 26,2% e pressão sistólica arterial pulmonar (PSAP) com média de 45,7 milímetros de mercúrio. Na comparação entre a pressão sistólica arterial pulmonar e demais dados, duas variáveis foram relevantes, peso (p<0,014) e diâmetro do átrio esquerdo (p<0,005). Conclusão: O perfil do indivíduo submetido ao transplante cardíaco no IMIP apresenta prevalência de homens, média de idade 45,8 anos, portadores de hipertensão arterial sistêmica, FEVE reduzida e elevada PSAP, esta possuindo relação estatisticamente relevante com o diâmetro do átrio esquerdo. Quanto à insuficiência cardíaca, a principal etiologia foi idiopática, com tempo de diagnóstico maior que 3 anos em 27,1%. Dessa forma, atenta-se para a necessidade de conhecimento prévio do perfil epidemiológico do indivíduo transplantado, o qual garante maior atenção a suas patologias e comorbidades, aumentando a chance de bom prognóstico pós-operatório.