Verificação do nível de conhecimento dos farmacêuticos na orientação da farmacoterapia para gestantes e lactantes em farmácias comunitárias

Abstract

OBJETIVO: este estudo teve como objetivo verificar o nível de conhecimento do profissional farmacêutico, na dispensação e na orientação farmacoterapêutica, para gestantes e lactantes. METODOLOGIA: realizou-se um estudo descritivo, transversal, fazendo uso de uma amostra probabilística tomando como parâmetro 20% das farmácias comunitárias do município de Recife. Constituíram a amostra 131 farmacêuticos, conforme estrato proporcional por RPA predefinido. As entrevistas foram realizadas utilizando questionário semi-estruturado com vistas à obtenção das informações requeridas. A participação foi voluntária e os entrevistados foram convidados a fazer a leitura e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS: a maior parte dos entrevistados era do gênero feminino (79,4%), com faixa etária média de 32 anos, em sua maioria oriundos de instituições de ensino privadas (75,57%) e com menos de 10 anos de formação. A maior parte dos farmacêuticos afirma nunca ter indicado medicamento para gestante e/ou lactante. Enquanto 67,93% não se sente capaz de interpretar a classificação FDA de teratogenicidade. Em média, os farmacêuticos decidiram pela opção correta na interpretação das situações clínicas em 47,8%. Em 25,3% das vezes eles não sentiram seguros para decidir sobre a adequação ou não da prescrição à gestante. CONCLUSÕES: Os farmacêuticos atuantes na dispensação de medicamentos em Recife-PE não estão aptos a dispensar para o grupo determinado de pessoas. As evidencias mostram bastantes dúvidas ou incertezas acerca da dispensação e por não possuírem fontes confiáveis de consulta para esclarecimento, além de não ser rotineiro o questionamento sobre a paciente ser gestante ou lactante, o que pode ser prejudicial por se tratar de possíveis medicamentos teratogênicos.