Efeito protetor entre o sexo masculino e feminino das vacinas para pacientes hospitalizados por Covid-19: uma coorte retrospectiva observacional

Abstract

Introdução: A identificação de grupos de pacientes com melhor resposta vacinal pode ser de elevada relevância para a tomada de decisão de políticas de saúde pública para controle da COVID-19. Objetivo: avaliar a frequência de admissão em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), necessidade de ventilação mecânica invasiva (VMI), taxa de mortalidade e sobrevida de 28 dias entre pacientes do sexo masculino versus feminino em pacientes não vacinados e vacinados antes da hospitalização por COVID-19. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo realizado com dados de paciente internados em um hospital de referência, entre julho de 2020 e junho de 2022 na cidade do Recife, Brasil. Resultados: Assim, 1.921 pacientes foram analisados neste estudo. Sendo 886 (46,1%) do sexo feminino. As mulheres eram mais idosas (63,8 + 16 versus 60.8 + 15,7; p < 0,001), viviam sem companheiro (87.5% vs 74.1%; p < 0,001) quando comparados aos homens. Houve efeito protetor das vacinas em ambos os grupos, embora não evidenciaram diferenças significativas em termos de gravidade, mortalidade e/ou sobrevida entre os grupos do sexo masculino e feminino, mesmo entre pacientes internados vacinados ou não-vacinados. Doses acumulativas das vacinas foram efetivas em reduzir frequência de admissão na UTI, uso de VMI e mortalidade intra-hospitalar. Conclusão: as vacinas contra a COVID-19 foram efetivas em reduzir mortalidade, necessidade de admissão em UTI e uso de VMI em pacientes hospitalizados por COVID- 19, inclusive apresentando efeito acumulativo protetor à medida que novas doses foram aplicadas, independentemente do gênero dos pacientes. Palavras-chaves: COVID-19; vacinação; gênero; ventilação mecânica; mortalidade intra-hospitalar; sobrevida.