Prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em indivíduos com doenças crônicas não transmissíveis atendidos em um ambulatório do Recife

Abstract

RESUMO Introdução: A microbiota intestinal, composta principalmente por bactérias dos filos Firmicutes, Bacteroidetes, Proteobactérias e Actinobactérias, desempenha um papel crítico na integridade da barreira intestinal. Desequilíbrios na microbiota, conhecidos como disbiose, podem levar a inflamação e aumento da permeabilidade intestinal. O lipopolissacarídeo (LPS), um metabólito bacteriano, pode desencadear inflamação sistêmica, contribuindo para a resistência à insulina e diabetes tipo II. Doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares e câncer, estão intimamente ligadas a esses desequilíbrios.Objetivo: Avaliar a prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em indivíduos com doenças crônicas não transmissíveis atendidos no ambulatório de Nutrição do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - IMIP. Métodos: Foi realizado um estudo transversal, realizado no Ambulatório de Nutrição do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) durante 2022 e 2023, foram incluídos participantes com 18 anos ou mais com diagnóstico de doenças crônicas não transmissíveis, excluindo mulheres grávidas. Foram coletados dados socioeconômicos, antropométricos e aplicado o Questionário de Rastreamento Metabólico do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional (QRM) e o Questionário de Critérios para Diagnóstico da Síndrome do Intestino Irritável, com base nos Critérios de Roma IV, adaptado pelos pesquisadores. Para avaliar possíveis indícios de disbiose intestinal. Os dados foram analisados utilizando software estatístico SPSS, com testes estatísticos apropriados, e o estudo foi conduzido após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa do IMIP, com consentimento informado dos participantes. Resultados: A amostra do estudo foi constituída por 49 pacientes, adultos e idosos, com uma média de idade de 49 anos (±13,7 DP), de ambos os sexos, sendo 83,7% do sexo feminino, da classe social C2 e que apresentavam majoritariamente a hipertensão arterial sistêmica como doença crônica não transmissível, a análise antropométrica revelou uma prevalência de sobrepeso e obesidade. Houve correlação significativa entre o estado nutricional (IMC) e a presença de múltiplas doenças crônicas. Pacientes hipertensos apresentaram sobrepeso ou obesidade em 96,8% dos casos. Foram encontradas uma correlação estatisticamente significante entre o rastreamento metabólico e o registro de dores abdominais. Da mesma forma, o rastreamento metabólico foi associado a uma maior frequência de evacuações. Conclusão: O baixo percentual indivíduos saudáveis ( 18,4 % ) de acordo com o QMR e a elevada incidência de obesidade na amostra analisada, em conjunto com a correlação entre obesidade e hipertensão, destaca a necessidade premente de abordagens abrangentes e eficazes em políticas de saúde pública para enfrentar esse problema de forma efetiva. Além disso, os resultados relacionados à disbiose intestinal introduzem uma perspectiva inovadora sobre a obesidade e suas condições metabólicas associadas, enfatizando a importância de investigações adicionais para uma compreensão mais profunda dessas complexas interações. Palavras chaves: Doenças crônicas não transmissíveis, Microbioma Gastrointestinal e Disbiose.