Avaliação do crescimento e fatores de risco para baixa estatura em crianças submetidas ao transplante renal: estudo retrospectivo

Abstract

RESUMO Cenário: O transplante renal pediátrico é a melhor intervenção para os casos de doença renal crônica em estágio final, mas apesar da melhora na morbidade e na qualidade de vida, o crescimento estatural dessas crianças, ainda é motivo de preocupação. Objetivo: Descrever o padrão de crescimento em crianças e adolescentes submetidos ao transplante renal e avaliar os fatores de risco para baixa estatura nesses pacientes Método: Estudo de coorte retrospectivo, que avaliou os prontuários de crianças e adolescentes submetidas ao transplante renal, acompanhados no IMIP. Foram avaliados dados demográficos, antropométricos, parâmetros clínicos, uso de medicações, dados laboratoriais e realizada a análise dos fatores que possam contribuir para baixa estatura nessas crianças. Resultados: Dos 43 pacientes estudados, a mediana de idade ao transplante foi 11 (8-13) anos, sendo 53,4% do sexo masculino e 53,5% portadores de glomerulopatia. A mediana de tempo de transplante renal foi de 40 meses, sendo 95,3% de doadores falecidos. Observamos elevada prevalência de baixa estatura antes (60,4%) e após (55,8%) o transplante renal, sem diferença no Z-escore estatura/ idade nos dois períodos (-2,2±1,3 e -2,5±1,4; p= 0,209). Do total, vinte e sete crianças (62,7%) obtiveram melhora no Z-escore estatura/idade. A baixa estatura estava associada à anemia, a pior função renal e fosfatase alcalina mais elevada. Conclusão: Foi observada alta prevalência da baixa estatura, associada à anemia, pior função renal e níveis elevados de fosfatase alcalina. A detecção precoce da baixa estatura e a identificação dos fatores modificáveis são importantes para as intervenções e melhores desempenhos no crescimento dessas crianças. Palavras-chave: Transplante de rim, Crescimento, Estatura, Criança, Adolescente.