Adesão aos imunossupressores por transplantados renais em ambulatório do Recife-PE: estudo transversal

Abstract

RESUMO: Introdução: As Doenças Renais Crônicas (DRC) são um grave problema de saúde pública em ascensão. O transplante renal é a melhor opção de terapia substitutiva para DRC em estágio avançado, pois oferece melhor sobrevida, qualidade de vida e boa relação custo-efetividade se comparado à diálise. Entretanto, o sucesso desse procedimento depende criticamente da adesão rigorosa à terapia imunossupressora, que é fundamental para evitar a rejeição do órgão transplantado. Objetivo: Este estudo avaliou a adesão à terapia medicamentosa de pacientes submetidos a transplante renal. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo, realizado entre agosto de 2024 a agosto de 2025, com pacientes em acompanhamento no ambulatório de transplante renal de um hospital filantrópico em Recife - Pernambuco. Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos, entre 18 e 80 anos, submetidos ao transplante há pelo menos 30 dias e com, no mínimo, três consultas ambulatoriais já realizadas. A entrevista individual foi realizada antes das consultas ambulatoriais. Aplicou-se uma lista de checagem dos critérios de inclusão e exclusão. Os pacientes elegíveis assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido, em seguida, realizou-se a aplicação de um questionário constituído por 28 perguntas que avaliou o perfil sociodemográfico, o entendimento sobre a importância do profissional farmacêutico no seu cuidado, além da aplicação da escala de Morisky-Green, que visa o autorrelato do paciente quanto ao seu comportamento no uso de medicamentos. Os dados foram compilados no programa Microsoft® Office Excel e analisados utilizando o pacote estatístico SPSS 22.0. A pesquisa foi aprovada com parecer de N° 7.763.169. Resultados: Dos 40 participantes, 52,5% eram homens, a idade estava entre 24 a 76 anos. Dos participantes, 58,6% relataram ter aderido totalmente aos imunossupressores e 35% relataram que, às vezes, esquecem de tomar seus imunossupressores. A percepção sobre o papel do profissional farmacêutico foi majoritariamente positiva, visto que 52,5% dos participantes reconheceram a importância deste profissional e 62,5% identificavam o aconselhamento como uma de suas funções primordiais. Apesar disso, a prática da consulta farmacêutica ainda é incipiente neste grupo, visto que, apenas 20%, relatou já ter realizado a mesma. Conclusão: Os resultados apontaram que essa adesão ao medicamento é globalmente satisfatória, reforçando a sua relevância como fator determinante para o sucesso do transplante renal, além de subsidiar estratégias de acompanhamento multiprofissional para a promoção da adesão terapêutica e melhores desfechos clínicos. O cuidado farmacêutico foi visto como satisfatório. A polifarmácia no pós-transplante, eventos adversos e rotina diária do receptor foram relatados como empecilhos nessa adesão ao medicamento, sendo apontado a necessidade do cuidado centrado no paciente. Palavras-chave: Adesão ao medicamento; Doença renal crônica; Imunossupressores; Transplante de rim.