Adequação calórico-proteica de pacientes assistidos em uma unidade de terapia intensiva de um hospital escola do nordeste brasileiro

Abstract

Introdução: O paciente em estado crítico se encontra em frágil condição clínica que pode comprometer a função de um órgão ou até mesmo de um sistema do corpo humano e por isso, necessitam de cuidados imediatos. Alterações metabólicas como hiperglicemia com resistência à insulina, perda de massa magra, lipólise acentuada, retenção de líquidos juntamente com a ausência de um suporte nutricional adequado pode trazer a estes pacientes uma depleção da massa corporal magra e desnutrição. Devido ao impacto da desnutrição no desfecho clínico, a terapia nutricional em pacientes críticos tem fundamental importância na recuperação de seu estado clínico. Metodologia: Estudo do tipo retrospectivo realizado com pacientes adultos e idosos, de ambos os sexos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Clínica do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), localizado no Recife-PE, através da análise dos registros de terapia nutricional de pacientes internados no período entre fevereiro 2015 e fevereiro de 2016. Através da aplicação de um formulário obteve-se dados clínicos (diagnóstico e desfecho) e dados relacionados a terapia nutricional (indicação, vias de acesso e alcance da cota estimada). As necessidades nutricionais e adequação calórica e proteica foram estimadas segundo as recomendações propostas pela Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral (ASPEN, 2016). As análises estáticas foram feitas no programa SPSS, versão 13.0. Resultados: A amostra foi composta por 124 pacientes sendo a maioria do sexo masculino (52,4%) com média de idade 59,3 ± 18,1 anos. As causas mais frequentes de internação foram os diagnósticos de neoplasias (31,3%). A maioria dos pacientes realizaram a terapia nutricional através de sondas nasoenterais (93,2%). O principal desfecho clínico foi o óbito, totalizando 71%. A média de adequação calórica e proteica estimada foram de 87,59%±38,26 e 83,84%±41,50, respectivamente. Conclusão: A adequação de calorias e proteínas entre o valor prescrito e administrado atendeu as recomendações preconizadas.