A compreensão da equipe de saúde sobre o seu papel no desenvolvimento de estratégias de coping em pacientes de cuidados paliativos

Abstract

O Cuidado Paliativo surgiu como uma forma de proporcionar qualidade de vida aos pacientes e seus familiares, que já não podem usufruir dos avanços da medicina no que consiste na promoção da cura. A qualidade de vida será alcançada através do conforto, alívio e controle dos sintomas, suporte espiritual, psicossocial e apoio no processo de enlutamento. No entanto, é necessário que o paciente possa desenvolver estratégias de Coping com o auxílio da equipe profissional de saúde. Esta pesquisa tem natureza qualitativa de postura fenomenológica e obteve como objetivo analisar como a equipe de profissionais de saúde compreende o seu papel no acompanhamento e no desenvolvimento de estratégias de Coping dos pacientes. Para isso, foram realizadas 11 entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde da equipe multiprofissional do setor de cuidados paliativos do IMIP. A idade dos participantes variou entre 27 anos e 55 anos. O tempo de atuação variou de 6 meses à 4 anos. Após a coleta de dados as falas foram transcritas e analisadas de acordo com a Técnica de Análise de Conteúdo Temática de Minayo. O estudo em questão foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Pernambucana de Saúde - FPS, sob o número CAAE 37156514.6.0000.5569, de acordo com as normas e orientações da resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). A partir da análise foram encontradas três temáticas subdivididas em Cuidados Paliativos, Equipe de Saúde e Estratégias de Coping. Verificou-se que apesar dos profissionais compreenderem a sua atuação com o objetivo de aliviar a dor e proporcionar uma melhor qualidade de vida, alguns destes veem o setor dos Cuidados Paliativos como um local onde se vai morrer. Nesse sentido, foi verbalizada a necessidade de suporte emocional para equipe de saúde e dificuldade em vincular-se ao paciente. Em relação às estratégias de coping, embora haja uma multiplicidade de estratégias, alguns dos participantes demonstraram dificuldades para identificá-las. Dessa forma, conclui-se que apesar da temática morte esteja presente na atuação da equipe multidisciplinar, eles relataram não saber lidar com esta. Faz-se necessário criar um espaço para abordar e trabalhar as temáticas abordadas no estudo juntamente com a equipe de saúde, enfatizando o seu manejo clínico.