Coinfecções bacterianas em pacientes com Covid-19 grave internados em unidade de terapia intensiva de hospital terciário do Brasil

Abstract

RESUMO Objetivos: Determinar a taxa de coinfecção bacteriana em pacientes com coinfecção bactériana e COVID-19 grave, prevalência bacteriana, seus perfis de resistência antimicrobiana e fatores de aumento de mortalidadenos pacientes em UTI de hospital terciário na região Nordeste do Brasil. Métodos: Coorte retrospectivo através de instrumento de coleta de dados, a partir dos prontuários e resultados laboratoriais de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva do HC/UFPE por COVID-19 grave. Na análise descritiva as variáveis foram apresentadas em tabelas e gráficos em valores de frequências absolutas e relativas ou medidas de tendência central e dispersão. Resultados: 101 pacientes avaliados com taxa de coinfecção bactériana (45,54%), (n=46), dentre esses, 50% de óbito. As bactérias mais associadas à coinfecção incluíram Staphylococcus coagulase negativo (37,3%), Pseudomonas aeruginosa (17,3%), Acinetobacter baumannii (16%), Klebsiella pneumoniae (9,3%), e Staphylococcus aureus (9,3%). Os perfis de resistência antimicrobiana revelaram resistência moderada a alta. Análises laboratoriais sem diferenças significativas entre os pacientes, exceto para fibrinogênio, elevado nos casos com coinfecção, não houve aumento da mortalidade.Conclusão: Observamos elevada taxa de coinfecção, além de resistência antimicrobianaconsiderávelnos isolados avaliados. Apesar de não haver alterações laboratoriais relevantes ou aumento de taxa de mortalidade, ressaltamos a importância da vigilância das coinfecções para uma gestão eficaz dos pacientes e de recursos hospitalares. Palavras-chaves: COVID-19; SARS-CoV-2; Infecção hospitalar; Resistência microbiana a medicamentos.