Análise da aplicabilidade de uma solução IoT (Internet das Coisas) inovadora para otimização do uso do oxigênio medicinal em um hospital universitário brasileiro

Abstract

RESUMO Introdução: O oxigênio medicinal é um insumo crítico para o hospital, utilizado em diversas abordagens clínicas, porém existe uma precariedade no gerenciamento de gases no mundo, trazendo consequências clínicas e econômicas para os pacientes e hospitais. A empresa Salvus desenvolveu um dispositivo capaz de realizar medições diretamente da tubulação de oxigênio e enviá-las através de uma tecnologia de comunicação específica para redes de Internet das Coisas. Objetivos: Avaliar a necessidade e viabilidade de uma iniciativa de estudo de inovação em um hospital universitário brasileiro, utilizando um dispositivo IoT de monitoramento remoto de oxigênio medicinal que visa otimizar a oxigenioterapia trazendo benefícios econômicos e clínicos. Métodos: Estudo quantitativo descritivo, com componente analítico. Foi realizado um diagnóstico situacional sobre a utilização do oxigênio em três setores de um hospital universitário do nordeste brasileiro e testada a usabilidade de um dispositivo proposto como solução através de treinamentos da equipe multiprofissional que atuam diretamente com a oxigenoterapia nesses setores no período de novembro de 2021 até junho 2022. Resultados: Segundo o rateio fornecido pela equipe de farmácia, a UTI neonatal, UTI adulto e a enfermaria DIP, consomem 29,32%, 0,79%, e 0,52% do gás oxigênio encanado total do hospital. No ano de 2020, o custo total de oxigênio no hospital foi de R$534.521,45, sendo 12% desse valor gasto pela UTI Neonatal, 0,1% gasto pela UTI Adulto e 0,49% na Enfermaria DIP. Em 2021, houve um aumento do valor do oxigênio no tanque além do crescimento da inflação anual, sendo o valor gasto em todo o hospital R$602.493,35. Em relação ao teste de usabilidade, foi realizado com 75% de todos os profissionais dos setores. Mais de 90% dos profissionais responderam que o treinamento foi de fácil entendimento. Sobre usabilidade, 87% responderam que o dispositivo é de fácil manuseio. A maior dificuldade relatada ao utilizar o equipamento foi a regulação do fluxo, seguida pela visualização do fluxo no display. Conclusão: Conclui-se que existe uma fragilidade na forma que o oxigênio é comprado e fiscalizado no hospital, sendo a implementação de uma tecnologia inovadora uma possível solução para melhorar esse processo. Em adição, a aceitação inicial da tecnologia pelos profissionais de saúde e a eficiência do treinamento da solução ATAS O2 foram positivas. Isso traz perspectivas promissoras para a continuidade do estudo em campo no intuito de avaliar benefícios clínicos e de custo-efetividade. Palavras-chave: Avaliação de Tecnologias em Saúde, oxigênio, Internet das coisas, Gestão em saúde, desenvolvimento tecnológico, oxigenoterapia.