Prevalência de doenças autoimunes em pacientes pediátricos com diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1: uma revisão narrativa de literatura

Abstract

Resumo Introdução: A relação entre o Diabetes Mellitus Tipo 1 e doenças autoimunes é cada vez mais reconhecida, onde condições como doença celíaca e tireoidite autoimune estão entre as comorbidades mais frequentes, justamente pela Diabetes Mellitus Tipo 1 ser uma doença autoimune propriamente dita, elevando o risco do desenvolvimento de outras doenças do mesmo grupo. Essas doenças aumentam a complexidade do manejo do Diabetes Mellitus Tipo 1, podendo agravar o controle glicêmico e comprometer a saúde a longo prazo. Assim, torna-se fundamental uma abordagem multidisciplinar que inclua triagens periódicas para detectar e tratar essas comorbidades de maneira precoce. Métodos: Esta revisão narrativa foi baseada nas diretrizes do Preferred Reporting Itens For Systematics reviews and meta-analyses para garantir uma seleção criteriosa dos estudos. A pesquisa foi realizada nas bases de dados Biblioteca Virtual de Saúde, Publisher Medline e Scientific Electronic Library Online, em outubro de 2024, com limite de cinco anos (2019-2024). Os critérios de inclusão e exclusão focaram em pacientes pediátricos com Diabetes Mellitus Tipo 1 e doenças autoimunes associadas, excluindo estudos irrelevantes, com população adulta ou dados regionais específicos sem aplicabilidade geral. Foram identificados 484 estudos, dos quais, após triagens e aplicação dos critérios de exclusão, restaram nove artigos para a análise final. Resultados: Os estudos analisados foram organizados em cinco categorias principais: (1) prevalência de doenças autoimunes associadas ao Diabetes Mellitus Tipo 1, com destaque para a doença celíaca e tireoidite de Hashimoto; (2) sensibilidade e especificidade dos testes diagnósticos para doença celíaca, ressaltando o uso de marcadores como anti-transglutaminase e anti-endomísio; (3) interconexão entre Diabetes Mellitus Tipo 1 e doenças da tireoide, que afetam o controle glicêmico; (4) desafios diagnósticos e necessidade de biomarcadores inovadores, como o Plasma intestinal fatty acid binding protein, para melhorar a precisão diagnóstica; e (5) impacto psicossocial das comorbidades, indicando a necessidade de suporte emocional para pacientes e familiares. A análise evidenciou a necessidade de triagens regulares e de um protocolo de monitoramento que inclua avaliação da função tireoidiana e detecção precoce de comorbidades. Conclusão: A revisão aponta uma alta prevalência de comorbidades autoimunes em crianças com Diabetes Mellitus Tipo 1, o que demanda uma abordagem de saúde integrada e centrada tanto no diagnóstico precoce quanto no suporte psicossocial. O controle adequado do Diabetes Mellitus Tipo 1 e das condições associadas pode minimizar complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, a pesquisa destaca a importância do desenvolvimento de biomarcadores mais específicos e menos invasivos relacionados à Doença celíaca para otimizar a gestão de pacientes pediátricos com Diabetes Mellitus Tipo 1. Descritores: Diabetes Mellitus tipo 1; Doenças autoimunes; Doença celíaca; Tireoidite autoimune; Pacientes Pediátricos; Prevalência; Saúde da criança.