Perfil clínico-laboratorial e desfechos dos pacientes oncológicos pediátricos que apresentaram eventos críticos identificados a partir da escala Evat

Abstract

Resumo Objetivo: Avaliar características clínico-laboratoriais e desfechos dos pacientes oncológicos pediátricos avaliados pela Escala de Valoración de Alerta Temprana (EVAT) e transferidos para Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Métodos: Estudo transversal realizado no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira com pacientes menores de 18 anos internados na enfermaria de oncologia pediátrica entre dezembro de 2020 e abril de 2024, excluídos aqueles em cuidados paliativos. Resultados: Foram avaliados 133 pacientes, com idade média de 6 anos, sendo a maioria do sexo masculino (56,4%). Os diagnósticos mais prevalentes foram leucemia linfoblástica aguda (47,4%) e leucemia mieloide aguda (17,3%). A associação de neutropenia e plaquetopenia esteve fortemente relacionada à infecção documentada em corrente sanguínea, predominando Staphylococcus epidermidis, Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli. Hemocultura positiva associou-se a maior mortalidade (OR 4,86) e tempo de permanência em UTI. Intervenções como ventilação mecânica e drogas vasoativas mostraram forte correlação com óbito e internações prolongadas. Os principais motivos de transferência foram monitorização clínica (46,6%), instabilidade hemodinâmica (34,6%) e insuficiência respiratória (13,5%), sendo esta última relacionada a maior frequência de óbitos. Conclusão: A EVAT contribuiu para identificação precoce de deterioração clínica, possibilitando transferência oportuna e resultando em baixa mortalidade (9,8%). Palavras-chave: Adolescentes; Crianças; Oncologia; Unidade de Terapia Intensiva.