Caracterização do perfil clínico-epidemiológico de pacientes com leucemia promielocítica aguda em hospital terciário entre 2017 E 2022

Abstract

RESUMO Introdução: A leucemia promielocítica aguda (LPA) é um subtipo da leucemia mieloide aguda, representando cerca de 15% dos casos. Caracteriza-se pelo bloqueio da diferenciação na fase promielocítica, com acúmulo de células imaturas na medula óssea. Clinicamente, associa-se à coagulação intravascular disseminada, hiperfibrinólise, sangramentos graves, fadiga e infecções. A pandemia de COVID-19 impactou o diagnóstico, reduzindo a detecção de casos e atrasando o intervalo do sintoma ao diagnóstico em Pernambuco. Objetivos: Caracterizar o perfil epidemiológico de pacientes com LPA diagnosticados no HEMOPE entre 2017 e 2022. Métodos: Estudo observacional, transversal e descritivo, incluindo todos os casos confirmados no período. Os dados foram analisados no JAMOVI 2.6, com estatística descritiva e testes de associação (p<0,05). Resultados: Foram avaliados 67 pacientes, predominando o sexo feminino (56,7%), idade média 41,7 anos. A maioria era parda (77,6%) e residente em áreas urbanas (70,1%). Sintomas mais comuns: sangramento (72,7%), hematomas (59,1%) e astenia (50%). Estratificação de risco: 44,8% intermediário, 35,8% alto e 10,4% baixo. A taxa de remissão geral foi 67,2%, mortalidade 20,9%. Todos os pacientes >60 anos com desfecho conhecido evoluíram para óbito. Conclusões: A LPA permanece grave, com alta mortalidade precoce. Idade avançada foi o principal fator prognóstico adverso. Palavras-chave: Leucemia promielocítica aguda; COVID-19; Coagulopatias.