Percepções de estudantes de medicina sobre os efeitos colaterais do uso de psicoestimulantes sintéticos em uma instituição de ensino do nordeste brasileiro

Abstract

RESUMO Introdução: os psicoestimulantes podem aprimorar o desempenho cognitivo, elevando o estado de alerta e concentração. Por essas características, muitos estudantes, sobretudo de medicina, recorrem ao uso indevido dessas substâncias. Embora já discutido em estudos nacionais e internacionais, ainda há lacunas sobre a percepção discente em relação aos efeitos colaterais associados. Objetivo: analisar as percepções dos estudantes de medicina da Faculdade Pernambucana de Saúde acerca dos efeitos colaterais do uso de psicoestimulantes sintéticos. Métodos: estudo transversal realizado entre agosto de 2024 e setembro de 2025, mediante aplicação do questionário “Avaliação das percepções dos estudantes de medicina a respeito dos efeitos colaterais do uso de psicoestimulantes sintéticos” aos discentes do 1º ao 8º período. Os dados foram digitados em dupla entrada no Microsoft Excel. A análise contemplou frequências absolutas e relativas para variáveis qualitativas, além de medidas de posição e dispersão para quantitativas. Resultados: identificou-se que, dos 247 participantes, 13% já utilizaram psicoestimulantes, sendo 31,25% sem prescrição. Quanto aos efeitos colaterais, 49,4% declararam desconhecê-los. Os mais citados foram taquicardia (87,4%), insônia (80,2%), tremores (61,1%), nervosismo (60,3%) e cefaleia (53,8%). Conclusão: apesar da menor prevalência em comparação a outras pesquisas, há consumo relevante, associado a pressões acadêmicas e ao desconhecimento dos riscos. Ressalta-se a importância de ações educativas e de estudos multicêntricos para aprofundar a compreensão desse comportamento. Palavras-chave: substâncias para melhoria do desempenho; estimulantes do Sistema Nervoso Central; estudantes de medicina.