Desfechos maternos e neonatais de pacientes submetidas a raquianestesia para cesariana de urgência

Abstract

CENÁRIO: A raquianestesia para cesariana é associada a efeitos adversos como a hipotensão materna e bradicardia. Essas afecções podem levar a maior incidência de vômitos e náuseas maternos e sofrimento fetal, verificado através do quadro de acidose. OBJETIVO: Avaliar os desfechos materno-neonatal da raquianestesia em pacientes submetidas a cesariana de urgência. MÉTODO: Estudo do tipo corte transversal aninhado a um Ensaio Clínico Randomizado, duplo cego, placebo controlado com 45 gestantes. As variáveis analisadas foram: características sociodemográficas, frequência de hipotensão, náuseas e vômitos no transoperatório, pH fetal, APGAR do 1º e 5º minuto e satisfação materna. RESULTADOS: A maioria das indicações de cesárea englobava doenças hipertensivas (62,22%). O número de pré-termos representou 53,33% dos casos. Nos desfechos maternos, ocorreu hipotensão em 66,67% no transoperatório com 84,09% das pacientes muito satisfeitas com a anestesia. Os desfechos neonatais demonstraram boa vitalidade ao nascer. Nenhum dos recém-nascidos foi amamentado imediatamente após o parto. CONCLUSÃO: A alta frequência de hipotensão no transoperatório foi influenciada pela grande prevalência de hipertensão materna e pela raquianestesia. O cuidado anestésico não induziu o sofrimento fetal, pois não houve redução significativa do pH fetal e do Apgar do 5º minuto. A falha na assistência pré-natal corrobora para um pior controle hipertensivo na gravidez, levando a desfechos preveníveis.