Análise do perfil epidemiológico para infecção de sítio operatório em pacientes submetidas à cesariana no Instituto de Medicina Integral de Pernambuco Professor Fernando Figueira de julho de 2003 a julho de 2016

Abstract

Introdução: no Brasil, a taxa de cesariana, na rede pública e privada, é mais elevada do que a recomendada pela Organização Mundial de Saúde, sendo a 2ª maior do mundo. Apesar de comum, não é isenta de complicações, sendo a infecção de sítio cirúrgico, a principal. Objetivos: avaliar o perfil epidemiológico das pacientes que desenvolveram infecção pós-operatória após serem submetidas à cesariana no IMIP no período de julho de 2003 a julho de 2016. Métodos: estudo retrospectivo descritivo, no qual foram utilizados prontuários de puérperas internadas no IMIP com infecção de sítio operatório após cesariana, realizada no serviço, de julho de 2003 a julho de 2016. Resultados: analisou-se 225 pacientes, onde observamos um perfil epidemiológico de mulheres com 24 anos, 73,7 kg, 1,56 m de altura, em união consensual, pardas, com 4 a 7 anos de estudo e apresentando uma gestação prévia, e 39,1% sendo iterativa. A média de consultas de pré-natal foi 5 consultas, sendo mais da metade deles realizados no IMIP. O tempo médio de bolsa rota foi 3,7 horas e de trabalho de parto 6,2 horas, sendo a principal indicação da cesárea a desproporção céfalopélvico. A duração média da operação foi 53,8 minutos e houve uso de antibiótico intraoperatório. A infecção mais frequente foi de ferida operatória, sendo tratada principalmente com uso de curativo, sendo necessário internamento de, em média, 12 dias. Conclusão: O perfil epidemiológico dessas pacientes é, geralmente, mulheres pardas, de média de idade de 24 anos, nulíparas, com 4-7 anos de estudo, em união consensual, com 1,56m de altura em média e 73 kg, e com alguma intercorrência na gestação, sendo a pré-eclâmpsia grave a mais encontrada nessas pacientes.