Comparação entre midazolam e associação midazolam/cetamina no pré-anestésico em crianças

Abstract

OBJETIVOS: Comparar o midazolam e a associação midazolam/cetamina com relação ao grau de amnésia e ansiedade em crianças submetidas a procedimentos cirúrgicos no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira. MÉTODOS: Foram incluídas 26 crianças submetidas a procedimentos cirúrgicos de fevereiro a junho de 2015. Os participantes foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos: 1/M (Midazolam) e 2/CM (Cetamina + Midazolam). A ansiedade foi avaliada de acordo com a Escala de Ansiedade Pre-Operatória de Yale modificada (EAPY-m) em dois momentos, no antes e após a administração da medicação pré-anestésica. A avaliação da amnésia consistiu na aplicação de um teste de memória e reconhecimento baseado no teste descrito por SNODRASS e VANDERWART. Os efeitos colaterais, o tempo de permanência na sala de recuperação pós-anestésica e o grau de satisfação dos responsáveis são apresentados. RESULTADOS: A avaliação da ansiedade após a medicação ficou prejudicada pelo grau de sedação que as crianças se encontravam. Observa-se que a associação do midazolam à cetamina provoca uma discreta redução do grau de amnésia. Ambos os grupos apresentaram efeitos colaterais, porém o grupo 1/M foi o único que apresentou agitação ao despertar (36,4%). A tontura foi observada em ambos os grupos, com maior prevalência no da combinação (60%). Náuseas e vômitos apenas se fizeram presentes no Grupo 2/CM (26,7% e 33,3%, respectivamente). O nistagmo e a sialorréia foram vistos mais frequentemente no grupo 2/CM (33,3% e 20%, respectivamente). A diferença no tempo de permanência na SRPA não foi estatisticamente significativa. CONCLUSÃO: A adição de doses baixas de cetamina ao midazolam oral aumentam as taxas de sucesso do pré-anestésico, mas com maior incidência de efeitos colaterais, como náuseas e vômitos, sem aumentar o tempo de recuperação.