Incidência e mortalidade de pneumonias bacterianas no 1º ano após transplante renal, correlação com achados clínicos e de imagem no serviço de transplante renal do IMIP

Abstract

RESUMO A pneumonia é importante causa de morbimortalidade nos pacientes submetidos ao transplante renal e apresenta maior incidência e severidade durante o primeiro ano após a cirurgia, quando a imunossupressão é mais acentuada. O objetivo deste estudo foi listar os agentes causais da pneumonia após o TR e até um ano deste, com foco nos agentes bacterianos e avaliação da mortalidade. Para isso, foram analisados dados secundários dos prontuários de 956 pacientes durante o primeiro ano após transplante de rim no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira entre janeiro de 2013 e junho de 2018. Os agentes etiológicos dos pacientes diagnosticados com pneumonia foram categorizados em bactérias piogênicas, micobactérias, pneumonia polimicrobiana e outros, que não foram objetivos do estudo. Foram encontrados 101 casos de pneumonia, sendo 60 (59,4%) com agente etiológico confirmado. Destes, 45 casos foram confirmados bactérias. Destas, as bactérias piogênicas foram responsáveis por 48% dos casos, as micobactérias 29%, pneumonia polimicrobiana 23%. As bactérias mais incidentes, de forma isolada e em conjunto nas pneumonias polimicrobianas, foram Mycobacterium tuberculosis 38% dos casos, Klebisiella pneumoniae 29% e Pseudomonas aeruginosa 20%. Das pneumonias bacterianas, houve 7 óbitos (15%), dentre as etiologias destes destaca-se Klebisiella pneumoniae, presente em 5 destes óbitos (71%). Assim, as bactérias piogênicas foram os microorganismos mais diagnosticados, a mortalidade global por pneumonia bacteriana foi de 15%, com grande presença de Klebisiella pneumoniae. Palavras-chave: Transplante de rim. Pneumonia bacteriana. Mortalidade.