Frequência, características clínicas e evolução de pacientes com doença trofoblástica gestacional que desenvolveram complicações

Abstract

RESUMO Objetivos: determinar, nas pacientes atendidas no Centro de Atenção à Mulher do IMIP (CAM- IMIP) entre 2000 e 2015, a ocorrência das Doenças Trofoblásticas Gestacionais (DTG), identificando as principais características clínicas e epidemiológicas. Métodos: estudo observacional, descritivo, retrospectivo, do tipo corte transversal abordando exposição e desfecho em 289 pacientes. Resultados: 74% das pacientes foram diagnosticadas com Mola Hidatiforme Completa, 44,8% apresentavam idade entre 20 e 29 anos, 57,3% se autodeclararam pardas e 83,5% possuíam tipo sanguíneo A ou O. Com relação às comorbidades 8,1% eram tabagistas, 5,5% etilistas, 4,2% diabéticas, 3,6% hipertensas e 0,7% tireoidopatas. 48,5% precederam do interior. A hiperêmese foi relatada por 12,3% e a pré-eclâmpsia por 13,4%. Os dados ultrassonográficos e a história clínica levantaram suspeita diagnóstica em, respectivamente, 56,8% e 36,9%. Na admissão, 81,5% referiram sangramento e 44,2% dor em baixo ventre. A principal conduta foi a curetagem, realizada em 89,9%. 51,2% fizeram recuretagem. Para o esvaziamento uterino, drogas foram utilizadas em menos de 10%. Os principais achados da curetagem foram vesículas (73,6%). Ao desfecho, 5,3% das pacientes evoluíram com metástase, principalmente para o pulmão. Conclusão: o diagnóstico precoce está relacionado a menor ocorrência de sintomas e complicações; quanto mais avançada a doença menor o hCG; o profissional deve atentar para os sítios de metástase. Palavras-chave: Doença Trofoblástica Gestacional, Mola Hidatiforme, Complicações.