Impacto do clearance de creatinina pré-operatório como fator de risco para injúria renal aguda no pós-operatório de revascularização do miocárdio: coorte retrospectiva em hospital de referência Norte-nordeste

Abstract

RESUMO Objetivos: avaliar o clearance de creatinina (ClCr) pré-operatório como preditor de risco para a incidência de injúria renal aguda (IRA) no pós-operatório da cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM). Métodos: Trata-se de um estudo do tipo coorte retrospectivo, com dados obtidos em banco de dados secundário do Setor de Cirurgia Cardiovascular do Adulto do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP). Foram incluídos pacientes adultos submetidos a CRM isolada entre agosto de 2021 e maio de 2023. O ClCr foi calculado pelas fórmulas de Cockcroft-Gault e pelo CKD-EPI 2021. A análise estatística foi realizada com teste t de Student para as variáveis quantitativas e o Qui-quadrado para as categóricas. O valor de p< 0,05 foi utilizado como critério de significância estatística. Resultados: Foram incluídos 184 pacientes. A média de idade foi de 62 anos. Houve injúria renal aguda até o terceiro dia pós-operatório em 19% dos pacientes. Destes, 17% apresentaram quadro de falência renal e 2,2% necessitaram de hemodiálise. A mortalidade em 30 dias foi 3,8%. Não houve associação entre a incidência de IRA e a mortalidade em 30 dias. A média da creatinina sérica (Cr) pré-operatória foi 1,05 ± 0,32. A média da taxa de filtração glomerular (TFG) pelo CKD-EPI foi 78,37 ± 21,3. Na análise entre os grupos com IRA e sem IRA, não houve diferença significante entre os níveis de Cr e de TFG pela fórmula de Cockroft & Gault. Houve diferença significativa entre a TFG pré-operatória calculada pelo CKD-EPI no grupo que desenvolveu IRA: 71,8 ml/min/1,73m2 versus 79,9ml/min/1,73m2 no grupo sem IRA (p=0,044). Conclusões: O ClCr calculado pelo CKD-EPI destacou-se como preditor de injúria renal aguda em pacientes submetidos a CRM.