Cardiotoxicidade em crianças e adolescentes com câncer tratados com antracíclicos em serviço de referência: um estudo transversal

Abstract

RESUMO Objetivos: descrever o perfil clínico de crianças e adolescentes com câncer tratados com antraciclinas com disfunção cardíaca pelo strain e cardiotoxicidade confirmada. Métodos: estudo descritivo, de corte transversal, realizado de maio de 2022 a setembro de 2023. Foram incluídos pacientes com câncer de zero a 18 anos após o tratamento com antracíclicos, do ambulatório de cardio-oncologia pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC). Foram excluídos pacientes sem avaliação cardiológica durante o tratamento, pacientes com disfunção ventricular prévia e pacientes que não iniciaram tratamento no HUOC. Foram avaliadas frequência da cardiotoxicidade através da avaliação ecocardiográfica por fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), Strain Longitudinal Global e características clinico epidemiológicas. A coleta de dados utilizou formulário com variáveis biológicas e exames de imagem. A análise estatística utilizou medidas de tendência central e de dispersão. O estudo recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira e do HUOC. Resultados: Dos 143 pacientes avaliados, 88 apresentaram alteração de ecocardiograma, com Strain inferior a -20%. Destes, 14 casos foram confirmados como cardiotoxicidade. Conclusão: Afirma-se a importância do ecocardiograma com avaliação do Strain e da FEVE como rastreio de cardiotoxicidade dos pacientes tratados com antraciclinas, com avaliação antes, durante e após a intervenção quimioterápica. Palavras-chave: Cardiotoxicidade; Antraciclina; Oncologia; Pediatria.