Níveis séricos de vitamina d em crianças com síndrome nefrótica em um hospital de referência no nordeste do Brasil

Abstract

RESUMO Objetivo: verificar os níveis séricos de vitamina D em pacientes com síndrome nefrótica em um hospital de referência no Nordeste do Brasil e analisar os fatores associados à hipovitaminose D. Métodos: Estudo transversal realizado com 37 pacientes de 2 a 15 anos com síndrome nefrótica em seguimento no Ambulatório de Nefrologia Pediátrica do IMIP. Os dados foram obtidos por revisão de prontuários, registrados em formulário estruturado e analisados no SPSS v.29. Variáveis contínuas foram descritas como média ± desvio padrão ou mediana e percentis; variáveis categóricas, pelo teste do Qui-quadrado, adotando-se significância de α ≤ 0,05. Resultados: Foram incluídos 37 pacientes com SN, idade média de 10 ± 3 anos, com prevalência de hipovitaminose D de 48,6% e suplementação em 37,8%. A média dos resultados dos exames de bioquímica óssea estava dentro dos valores de referência. Houve associação positiva, estatisticamente significante entre os níveis séricos de vitamina D e os de albumina (r = 0,432; p = 0,008). Foi encontrada associação estatisticamente significante entre a hipovitaminose D e o uso de suplementação de vitamina D. Não foi observada associação significante entre os níveis de vitamina D, hipoalbuminemia, sexo, classificação da doença, resultado da biópsia ou uso de imunossupressores. Conclusões: Quase metade das crianças com síndrome nefrótica apresentou hipovitaminose D, possivelmente associada a perda proteica pela correlação entre albumina e 25(OH)D. A suplementação pode refletir a prática clínica, embora os conhecimentos sobre sua eficácia sejam limitados. O pequeno tamanho amostral e o desenho transversal limitaram a interpretação, reforçando a necessidade de estudos longitudinais para otimizar a suplementação de vitamina D.

Palavras-chave: Síndrome Nefrótica. Vitamina D. Deficiência de Vitamina D. Pediatria.