Intoxicações medicamentosas em crianças menores de 5 anos notificadas pelo centro de assistência toxicológica de Pernambuco

Abstract

Objetivo: analisar o perfil das intoxicações medicamentosas em menores de cinco anos. Método: estudo observacional, transversal com componente analítico abrangendo dados das intoxicações medicamentosas agudas em menores de cinco anos notificadas no Sistema Brasileiro de Dados de Intoxicações (DATATOX), de 2015 a 2017. Após coleta de dados, foram realizadas distribuição de frequência e qui-quadrado de associação. Resultados: das 825 notificações houve predominância de crianças entre 1 e 4 anos (91,3%), do sexo masculino (51,6%), de residentes na zona urbana (84,1%) e Região Metropolitana do Recife (74,3%). O principal local de exposição foi o domicílio (93,6%), no período noturno (39,4%), durante a semana (74,6%), entre outubro e dezembro (30,4%). A maioria intoxicou-se por uma classe de medicamentos (89,2%), principalmente antiepilépticos (15,6%) e anti-histamínicos (12,1%). A intoxicação acidental (83,8%) foi a principal circunstância e a via oral a principal forma de exposição (92,1%). O tempo decorrido até o atendimento foi até 1 hora da exposição (51,5%), com 74,3% dos pacientes com classificação inicial de gravidade leve. Entre as crianças com intoxicação, 17,3% apresentaram manifestações clínicas moderada/grave, 76,6% delas foram hospitalizadas tendo ocorrido 1 óbito. Conclusão: A intoxicação medicamentosa aguda em menores de 5 anos em Pernambuco representa importante problema de saúde pública determinando hospitalizações que poderiam ser prevenidas por medidas educativas.