Triagem Pré-Natal de Doença Falciforme em um Hospital no Nordeste do Brasil

Abstract

OBJETIVO: avaliar a prevalência de positividade do exame de eletroforese de hemoglobina após a implantação do exame na rotina do pré-natal. MÉTODOS: estudo de corte transversal, para analisar os exames de eletroforese de hemoglobina realizados entre abril/2017 e abril/2019 em gestantes durante o pré-natal no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, Recife, Brasil. Os dados foram coletados dos prontuários das gestantes cujo exame de eletroforese de Hemoglobina (Hb) foram positivos. Foi realizada a análise das frequências relativa e absoluta das variáveis sociodemográficas, ginecológicas e obstétricas e a proporção de exames de eletroforese de Hb positivo para os diferentes genótipos da DF. RESULTADOS: a maioria das gestantes apresentou idade entre 20 e 34 anos (66,4%) e era proveniente da cidade do Recife e sua região metropolitana (66%). Pouco mais da metade (54,5%) das gestantes era acompanhada no pré-natal de alto risco e 59,8% referiram gestação anterior. A média da idade gestacional na primeira consulta de pré-natal foi de 19,9 (±7,4) semanas. A eletroforese de Hb foi normal em 1.621 (95,5%) gestantes, 53 (3,0%) apresentaram traço falciforme (TF) e 9 (0,5%) tinham DF, entre essas últimas, duas (2) eram HbSS. A média da concentração de Hb na primeira consulta do pré-natal das gestantes com resultado normal do exame de eletroforese de Hb foi 11,7 (±1,07) g/dL e das com DF 10,2 (±2,50) g/dL. CONCLUSÃO: a baixa positividade da eletroforese da Hb para DF durante o pré-natal sugere que a realização deste exame de forma universal no pré-natal deveria seguir critérios mais específicos e sua inclusão na rotina pré-natal deveria ser reavaliada.