Análise dos níveis de agregados de plaquetas-leucocitos circulantes em mulheres com câncer de mama

Abstract

Objetivo: avaliar dos níveis de agregados de plaquetas-leucócitos circulantes em mulheres com câncer de mama. Métodos: entre 2018 e 2019, realizou-se um estudo corte transversal com 27 mulheres com diagnóstico de câncer de mama e idade entre 18 e 60 anos e 15 mulheres saudáveis (controles). Para a avaliação do agregado plaquetário circulante, foram coletadas amostras de sangue periférico no momento da realização dos exames laboratoriais de rotina para diagnóstico e antes do tratamento. A análise do agregado plaquetário foi realizado utilizando anticorpos monoclonais por citometria de fluxo. Testes de Mann-Whitney e Kruskal -Wallis foram usados para análise de medianas entre dois e três grupos, respectivamente. Foram considerados estatisticamente significativos valores de p < 0,05. As analises foram realizadas no graphpad v7.0. Resultados: Nas análises dos percentuais do agregados plaquetaslinfócitos (AGP-linfócitos), plaquetas-neutrófilos (AGP-neutrófilos) não foram observadas diferenças significativas entre as pacientes e os controles. No entanto, foi observado que as pacientes apresentaram valores percentuais elevados de agregado plaquetas-monócitos (AGP-monócitos) quando comparado aos controles (p<0,0001). Não foram observadas diferenças significativas nos níveis percentuais do AGPlinfócitos e AGP-neutrófilos entre os subtipos luminais A/B, HER2+ e triplo negativo; entre esses subtipos tumorais e controles. Os valores percentuais do AGP-monócitos foram elevados nos subtipos luminais A/B, HER2+ e triplo negativo quando comparado aos controles (p=0,008; p=0,0001; p=0.0002, respectivamente). No entanto, não foram observadas diferenças significativas percentuais do AGP-monócitos entre os subtipos tumorais. Conclusão: O presente estudo mostrou o envolvimento do AGP-monócito no câncer de mama triplo negativo e HER2+, sendo esses subtipos tumorais mais agressivos e pior prognostico. Com base nesses dados ficou clara a importância de novos estudos que tenham como base investigação do papel das interações entre as plaquetas e as células do sistema imune no câncer de mama. As moléculas envolvidas nas ligações entre plaquetas e leucócitos podem ser possíveis alvos terapêuticos.