Custos do tratamento do câncer de colo de útero sob a perspectiva das pacientes no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira - IMIP

Abstract

Introdução: o câncer do colo de útero (CCU) é uma condição prevalente no Brasil, particularmente na Região Nordeste, e representa impacto orçamentário ao Sistema de Saúde e aos pacientes, porém, o valor real deste custo é frequentemente estimado. São diversas as técnicas de apuração de custos utilizadas em estudos de avaliação econômica e os tomadores de decisão precisam de dados consistentes para o planejamento orçamentário. Objetivo: avaliar os custos das pacientes com o tratamento do CCU no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira - IMIP. Métodos: estudo de custo relacionado ao tratamento do CCU das pacientes atendidas no Serviço de Oncologia do IMIP, Recife, PE, sob a perspectiva da paciente, conduzido entre agosto de 2015 até julho de 2016. Os custos diretos e os indiretos foram apurados por meio de um instrumento estruturado aplicado à paciente e/ou seu acompanhante, utilizando-se a técnica de apuração pela abordagem “bottom-up”. O processamento e a análise dos dados sociodemográficos foi realizada no programa Epi Info versão 3.5.3 e apresentados em tabelas de distribuição de frequências absoluta e relativa. O cálculo dos custos com médias e medianas com seus respectivos intervalos de confiança foi realizado em planilhas eletrônicas Excel®.Este estudo faz parte de um projeto âncora aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisas do IMIP sob nº 4026-14. Resultados: foram analisadas 134 pacientes com idade média de 49,8 anos, a maioria procedente do interior do estado. Entre as ocupações, a mais prevalente foi de serviços gerais (24,7%), entretanto, apenas doze pacientes (9,0%) estavam empregadas no momento da entrevista. A maioria das pacientes não teve custos indiretos (66,4%) e entre as que deixaram de trabalhar por causa da doença, a perda mensal média de rendimento perdido foi R$645,57 (DP=R$442,80). Quanto aos custos diretos, 64,2% gastaram até R$50,00 com transporte e,76,1% das pacientes gastaram até R$50,00 com alimentação. A maior parte das entrevistadas (73,9%) gastou até R$50,00 com medicamentos não quimioterápicos. Conclusão: Os custos diretos das pacientes foram baixos e apenas uma minoria delas teve perda de rendimentos relacionada à doença (custos indiretos). É possível que para países com população de baixo índice sócio econômico estes custos sejam pouco significativos para análises econômicas completas.