Perfil socioeconômico e do desenvolvimento neuropsicomotor de crianças da comunidade dos Coelhos, Recife-PE

Abstract

O correto acompanhamento do desenvolvimento infantil, juntamente com a identificação precoce dos fatores de risco que podem afetá-los são fundamentais para a criação e desenvolvimento de programas sociais que objetivem diminuir estas desvantagens, principalmente em países em desenvolvimento. Com isso, o presente estudo tem como objetivo traçar o perfil socioeconômico e do desenvolvimento neuropsicomotor de crianças atendidas em duas Unidades de Saúde da Família (USF). Este trabalho consiste em um estudo observacional descritivo, realizado em duas USF localizadas na cidade do Recife, na comunidade dos Coelhos, pertencentes ao Distrito Sanitário I. O estudo foi realizado entre agosto de 2014 a Março de 2016. A coleta de dados foi iniciada após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres Humanos do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira-IMIP e após a aceitação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE pela mãe, permitindo a participação da criança. Foram consideradas elegíveis as crianças cadastradas e acompanhadas nas USF com idade entre 6 meses e 3 anos, exceto aquelas que apresentavam comprometimento neurológico. O desenvolvimento neuropsicomotor foi avaliado através do teste de triagem da Bayley Scales of Infant Development-III e foi utilizado um formulário para a coleta de dados socioeconômicos e antropométricos. Os dados foram digitados no programa Microsoft Office Excel 2013, versão 15.0.4551.1011. e foram verificados os percentuais das categorias. Neste estudo, foi verificado que 80% das famílias são pertencentes a classe media baixa e que em sua maioria não dispõem de saneamento básico. Foi encontrado, também, que 50% crianças estavam enquadradas na categoria Risco Nutricional/Desnutrição quando foram avaliados os índices nutricionais Peso/Idade, Altura/Idade, Peso/Altura. No que se refere aos domínios do desenvolvimento neuropsicomotor, constata-se que a maioria das crianças encontrava-se na categoria Competente nos escores dos subtestes da Bayley III. Na subescala Cognitiva, 20% estavam na categoria “Emergente/Em Risco” e 80% na categoria “Competente”. Na subescala Comunicação Receptiva, 20% estavam na categoria “Emergente/Em Risco” e 80% estavam na categoria “Competente”. Os resultados apresentados neste estudo ressaltam a importância de identificar crianças expostas a múltiplos fatores de risco para ampliar ações de saúde direcionadas a este grupo.