Alterações ultrassonográficas diagnosticadas intraútero durante a epidemia do Zika vírus no Nordeste do Brasil

Abstract

RESUMO Objetivo: descrever as características maternas, alterações ultrassonográficas e desfechos neonatais, além de analisar o crescimento da circunferência cefálica (CC) fetal de gestantes com alterações ultrassonográficas intraútero e suspeita de infecção congênita por Zika vírus. Método: foram incluídas 30 gestantes com suspeita de infecção por ZIKV e diagnóstico ultrassonográfico de alteração cerebral fetal. As variáveis estudadas foram às características sociodemográficas e obstétricas, alterações ultrassonográficas pré-natal, CC e os resultados perinatais. A relação entre a CC e a idade gestacional foi analisada utilizando-se modelos de regressão de efeitos aleatórios baseados em polinômios fracionais. O teste Z foi calculado para determinar a taxa de variação instantânea da CC média de cada idade gestacional. Resultados: a média da idade gestacional do diagnóstico ultrassonográfico foi de 33,3 semanas e da CC foi de 28,9 cm. A principal alteração ultrassonográfica cerebral foi a microcefalia (96,7%). A análise da circunferência cefálica fetal demonstrou um aumento da estimativa da CC média, segundo a idade gestacional avaliada pela ultrassonografia e de forma não linear. Observou-se ainda que a taxa de variação instantânea da CC aumentou segundo a idade gestacional (p < 0,001). Conclusão: a principal alteração morfológica fetal foi a microcefalia, observando um crescimento da circunferência cefálica segundo a idade gestacional de forma não linear e que a variação diminui com a idade gestacional. Palavras-chave: Microcefalia; Zika vírus; Diagnóstico pré-natal; Ultrassonografia pré-natal.