Sedentarismo como fator de risco de ansiedade e depressão em adolescentes do Recife: um estudo transversal

Abstract

OBJETIVOS: Atividade física regular é parte importante da promoção a saúde e deve ser incentivada desde a infância. Sedentarismo e transtornos mentais são problemas comuns em adolescentes brasileiros. Paradoxalmente, a literatura é escassa sobre os efeitos do sedentarismo como risco de transtornos mentais em adolescentes, especialmente no Nordeste do Brasil. Assim o estudo teve como objetivo analisar o risco de ocorrência de depressão e ansiedade em jovens sedentários. MÉTODOS: Através de um estudo de transversal com adolescentes de escolas públicas e privadas da cidade do Recife, analisou-se o risco de ocorrência de depressão e ansiedade em jovens sedentários. Através de questionários validados, foram inquiridos 347 escolares de 14 a 20 anos de idade, de uma amostra de três escolas selecionadas ao acaso. RESULTADOS: Na análise de regressão logística observou-se que depressão esteve associada, além da atividade física vigorosa (OR=0,6, IC 95% 0,42-0,96) ao sexo masculino (OR=0,48, IC 95% 0,27-0,83), residir com o pai (OR=0,49, IC 95% 0,28-0,85), antecedentes familiares de depressão (OR=2,29, IC 95% 1,32-3,96) e abuso (OR=1,39, IC 95% 1,60-1,09). Ansiedade associou-se, além da prática regular de atividade física (OR=0,39, IC 95% 0,19-0,77), ao sexo masculino (OR=0,38, IC 95% 0,21-0,70), consumo de bebida alcoólica por familiares (OR=2,93, IC 95% 1,46-5,88), antecedente de distúrbios psiquiátricos na família (OR=2,93, IC 95% 1,63-5,28), antecedente de bullying (OR=1,61, IC 95% 1,20-2,14) e abuso (OR=1,91, IC 95% 1,12-3,26). CONCLUSÃO: Sedentarismo está relacionado com depressão e ansiedade em adolescentes escolares do Recife.