A influência da estética e do culto ao corpo na autoestima de estudantes mulheres de um curso de graduação de medicina: um estudo qualitativo

Abstract

RESUMO Introdução: O culto ao corpo e à estética são instrumentos de adequação a valores idealizados ao padrão de beleza, sendo uma construção conforme aspectos culturais e biológicos. Após entrevistas com estudantes de medicina em Recife, percebemos o processo de subjetivação desse grupo na formação da autoestima quanto a essa influência. Objetivos: Compreender a percepção de estudantes de medicina da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) a respeito do impacto das representações sociais de estética e de culto ao corpo na sua autoestima. Metodologia: Estudo qualitativo fenomenológico e hermenêutico, com entrevistas em profundidade, em jovens entre 20 e 38 anos de Medicina da FPS. Resultados: A insatisfação das entrevistadas está relacionada ao peso; a maioria já realizou algum procedimento estético. A supervalorização da construção corporal tem espaço privilegiado, como verificado em falas associando o padrão de beleza à cultura “fitness”. Considerações finais: Os cuidados com aparência e corpo são essenciais não apenas à saúde, mas também ao bem-estar. Evidenciou-se que o problema reside na propagação de um ideal inatingível e na culpabilização das entrevistadas por não atingi-lo. A “incapacidade” de alcançar o modelo leva ao sofrimento e à falta de pertencimento, agravado pela superexposição às redes sociais. O almejado padrão tem gerado baixa autoestima, insatisfação e frustração nas jovens estudantes de medicina. PALAVRAS-CHAVE: gênero, autoestima, padrão estético, rede social, sofrimento.