Prevalência de sintomas associados à transtornos de ansiedade em escolares de uma escola pública na cidade de Carpina /Pernambuco: estudo transversal

Abstract

CENÁRIO: Os Transtornos de ansiedade são as enfermidades psiquiátricas mais comuns na infância, compondo um conjunto de síndromes caracterizadas por medo e ansiedade. Os distúrbios de ansiedade estão frequentemente associados a desfechos negativos, prejudicando a relação com os pais e, interferindo em sua qualidade de vida e no seu desempenho diário. Quando não identificados adequadamente durante a infância, podem repercutir na idade adulta desfavoravelmente. OBJETIVO: Estimar a prevalência de transtornos de ansiedade em escolares de uma escola pública do município de Carpina na faia etária de 5 a 9 anos. MÉTODO: Realizou-se um estudo observacional, descritivo, tipo corte transversal. Os dados foram coletados através da aplicação, face a face, de um questionário com perguntas fechadas, incluindo variáveis socioeconômicas e demográficas e acrescido da escala Spence Children’s Anxiety Scale (SCAS) para os participantes da pesquisa. O estudo foi feito em uma na escola pública do município de carpina situada no Bairro Novo, administração municipal/estadual. Do 1º ao 9º ano, em dois turnos (manhã ou tarde). Com um total de 501 alunos matriculados regularmente, durante o período de período de junho de 2015 a julho de 2016. O presente estudo foi aprovado pelo CEP/IMIP sob o n°51731215.8.0000.5201 e todos os participantes pais e/ou responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e os menores com oito ou mais anos assinaram também o Termo de Assentimento. Os dados foram digitalizados em banco de dados, com dupla entrada, utilizando-se o programa de domínio público EPIINFO 7 para Windows e analisados utilizando-se inicialmente os cálculos de frequência absoluta e relativa e medidas de tendência central. A associação entre as variáveis explanatórias e resposta será realizada utilizando-se Testes qui-quadrado e Exato de Fisher quando necessário. RESULTADOS: A amostra final foi de 65 crianças, A maioria das crianças era do sexo feminino (53,8%), na faixa etária entre 5 e 7 anos (64,6%), e maioria declararam-se pretos ou pardos (52,3%). Avaliando-se os dados, percebe-se que as maiores frequências encontram-se nos sintomas: medo de ficar sozinho (87%), sentimento de preocupação (75%), medo de insetos (73%). Agrupando esses dados por diagnóstico foi observado que sintomas associados ao transtorno de ansiedade de separação são os que apresentam maior frequência na amostra avaliada com frequência estimada nesta faixa etária entre 2,8 a 8%. No tópico sobre medo de lesões físicas os que mais se destacaram foram: o medo de inseto (73,8%), medo do escuro (66,2%) e medo de médico (55,4%). O estudo evidenciou elevada presença de sintomas relacionados ao transtorno de ansiedade generalizada, destacando-se sentimentos de preocupação, medo e nervosismo que apresentaram uma frequência positiva de, respectivamente, 75,4%, 64,4% e 58,5% , e 69,2% das crianças apresentaram sintomas de preocupação em relação ao desempenho escolar e em fazer papel de bobo. CONCLUSÃO: Por se tratar de um projeto preliminar de outro projeto maior que visa identificar a frequência de transtorno de ansiedade em crianças de 5 a 14 anos, não foi possível de fato concluir as prevalências diretas destes transtornos, entretanto notou-se uma elevada frequência de sintomas relacionados a transtorno de separação, transtorno de lesão física e transtorno de ansiedade generalizada, sendo necessário o aumento de medidas públicas de rastreio e diagnóstico desses transtornos a fim de procurar apoio e evitar o desenvolvimento em maiores obstáculos psiquiátricos na vida adulta.