Embolização de colaterais sistêmico-pulmonares no manejo de hemoptise maciça em adulto com atresia pulmonar e comunicação interventricular: relato de caso

Abstract

RESUMO Introdução: Pacientes com atresia pulmonar (AP) e comunicação interventricular (CIV) têm na hemorragia pulmonar uma grave complicação, secundária ao mecanismo compensatório de colaterais sistêmico-pulmonares (CSP) para manter a perfusão pulmonar.1 O tratamento é clínico, cirúrgico ou intervencionista. A identificação da colateral responsável é um fator limitante.2 Descrição: Apresentamos o caso de um paciente adulto com AP, CIV e artérias pulmonares não confluentes com Blalock-Taussig prévios que cursou com hemoptise importante com necessidade de múltiplas embolizações. Discussão: A atresia pulmonar com comunicação interventricular é considerada uma forma extrema dentro do espectro da Tetralogia de Fallot.1 É uma anomalia conotruncal rara, representando 2,5% de todas cardiopatias congênitas, em que cerca de 20-40% dos pacientes apresentam suprimento pulmonar multifocal através de artérias colaterais. A terapia pode ser voltada à unifocalização ou a de reabilitação através, por exemplo, do shunt Blalock-Taussig. Nesses pacientes a hemorragia pulmonar causando hemoptise pode ser importante causa de descompensação, sendo a identificação do vaso responsável fator limitante na abordagem através da embolização do mesmo. Neste relato, a broncoscopia teve papel importante na aspiração de coágulos e melhora da ventilação pulmonar, auxiliando na estabilização clínica. Este relato ilustra, também, o desafio do cuidado do paciente adulto com cardiopatia congênita, cujo número de pacientes já supera o de crianças com cardiopatias congênitas. Palavras-chave: Atresia pulmonar; embolização de colaterais sistêmico-pulmonares; hemorragia pulmonar maciça; comunicação interventricular; adultos;