Desfecho materno grave em mulheres admitidas em unidade de terapia intensiva obstétrica no Nordeste do Brasil: um estudo transversal

Abstract

Resumo Objetivo: Determinar a prevalência local e as causas de desfechos maternos graves (DMG), que são near miss ou óbito materno, em uma unidade de terapia intensiva (UTI) obstétrica. Métodos: Foi realizado um estudo transversal incluindo gestantes ou puérperas até 42 dias do parto internadas na UTI obstétrica do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, na região Nordeste do Brasil, por complicações clínicas, cirúrgicas ou obstétricas, com dados coletados entre outubro de 2018 e setembro de 2019. Foi adotado nível de significância de 5%. Características maternas, detalhes sobre admissão na UTI, desfechos da gravidez e causas de admissão na UTI foram comparados entre os grupos com ou sem DMG. Resultados: No período do estudo, 309 mulheres foram admitidas na UTI obstétrica e consideradas elegíveis para o estudo. O DMG foi observado em 150 (48,5%) dessas mulheres. Destes, 8 (2,6%) foram óbitos maternos e 142 (45,9%) apresentaram critério(s) de near miss. A maioria das mulheres com DMG foi admitida por causas obstétricas diretas. Conclusões: Causas obstétricas diretas como hipertensão, hemorragia e infecção foram as mais prevalentes no desenvolvimento do desfecho materno grave. A infecção puerperal foi a condição mais associada à DMG. Esses resultados evidenciam a necessidade de equipe especializada para prevenção de eventos adversos nos períodos pré-parto, intraparto e pós-parto. Palavras-chave (DECS): gravidez de alto risco, mortalidade materna, cuidados intensivos, morte materna.