Análise das disfunções sexuais femininas secundárias à violência obstétrica: estudo de corte transversal

Abstract

RESUMO Objetivo: Analisar a prevalência e os fatores associados a disfunções sexuais secundárias à violência obstétrica em suas diferentes dimensões. Método: Estudo do tipo corte transversal, com coleta de dados entre dezembro de 2021 e março de 2022, a partir de formulário online, participando 185 mulheres das 5 regiões do Brasil. Seguindo critérios de elegibilidade, com idade entre 18 e 40 anos, com último parto há menos de um ano e mantiveram relações sexuais nas últimas 4 semanas do preenchimento do formulário.Resultados: Responderam ao questionário 185 mulheres, com faixa etária mais prevalente entre 26 a 35 anos. Quanto ao tipo de parto, 60% tiveram parto normal, e 47,57% em hospital privado. Das participantes da pesquisa, 22,7% tiveram toques vaginais repetitivos, 17,3% passaram pela situação de apertarem ou subirem em sua barriga e 28,11% foram submetidas à episiotomia. Das participantes, 54,59% sentiram-se ameaçadas pela atitude ou fala de algum profissional, 69,19% sentiram-se inferior, vulneráveis, inseguras e 64,32% expostas ou sem privacidade, 18,37% apresentavam disfunção de excitação, 25,40% relataram sofrer problemas com o orgasmo, 18,37% com a satisfação nas relações sexuais e 26,49% apresentavam dor na relação. Conclusão: O histórico de violência obstétrica está relacionado com o aumento da prevalência de disfunções sexuais femininas. Palavras-chave: Violência Obstétrica, Disfunções Sexuais Fisiológicas, Disfunções Sexuais Psicogênicas.