Fatores associados ao óbito de pacientes submetidos a transplante hepático: um estudo transversal

Abstract

RESUMO O presente estudo teve como objetivo avaliar os fatores associados ao óbito de pacientes submetidos a transplante hepático em hospital de referência do Recife. Pautada na análise de prontuários de pacientes que realizaram transplante hepático entre os anos de 2014 e 2020, a pesquisa considerou variáveis biológicas, sociodemográficas, comportamentais, clínicas, do transplante e do óbito. Para inclusão na amostra, foram considerados indivíduos >18 anos que tenham ido a óbito após o procedimento. Foram excluídos pacientes que faleceram no intraoperatório ou por causas externas, como acidentes, agravos e doenças não relacionadas ao transplante. Após a análise dos 97 prontuários, observou-se que o choque séptico correspondeu à principal causa de óbito pós-transplante hepático (30,9% dos casos). A maioria dos pacientes era do sexo masculino (63,3%), tendo sido a idade média de 52,2 anos. Hipertensão arterial sistêmica foi a comorbidade mais observada (47,6%). Dentre os pacientes com escore CHILD, o escore CHILD B esteve presente em 48,57% da amostra. A indicação mais comum para o transplante foi cirrose alcoólica (44,4%). Conclui-se que, dentre os fatores associados ao óbito, a idade avançada, o etilismo, o tabagismo, a presença de comorbidades e um tempo de isquemia fria e quente prolongados podem ser considerados preditores de pior prognóstico. Descritores: Transplante de fígado; causas de morte; fatores de risco.