Avaliação dos impactos da Covid-19 no estilo de vida e na saúde mental de estudantes universitários dos cursos de saúde de uma faculdade da cidade de Recife

Abstract

RESUMO Introdução: A pandemia da COVID-19 representou uma emergência de saúde, que modificou a dinâmica da sociedade para o enfrentamento dos desafios impostos pela doença. Uma vez que não havia medicamento curativo ou vacinação, o confinamento rigoroso foi uma das medidas necessárias para reduzir o avanço da doença. Dessa forma, além das alterações psicológicas e comportamentais, ocorreram inúmeras mudanças no estilo de vida das pessoas, com impacto nas relações familiares e sociais, nos hábitos alimentares, na prática de atividade física, na rotina profissional e acadêmica. Considerando o cenário acadêmico universitário, os estudantes ainda tiveram que alterar sua rotina diária e seu modo de estudo, envolvendo a adaptação ao modelo de ensino remoto. Tendo em vista o exposto, observou-se a necessidade de avaliar a repercussão da COVID-19 no estilo de vida e na saúde mental dos estudantes universitários. Objetivo: Avaliar os impactos da pandemia da COVID-19 no estilo de vida e na saúde mental dos estudantes universitários dos cursos de saúde da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS). Métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal de caráter analítico, realizado na FPS, com os estudantes do primeiro ao último ano dos cursos de saúde no primeiro semestre de 2022, exceto os menores de 18 anos e os estudantes irregularmente matriculados. Os dados foram coletados através de questionário eletrônico elaborado pelos pesquisadores. Resultados: Participaram 235 estudantes da área de saúde, de 18 a 48 anos, a maioria do curso de Medicina, representando 59,15% da amostra, e do sexo feminino (74,9% da amostra total de participantes; p = 0,002), com boa condição socioeconômica. Do total de participantes, 62,1 % referiram mudança significativa nos seus hábitos de vida durante a pandemia (p = 0,529). Quanto às relações interpessoais, 42,6% (p = 0,161) referiram mudanças nas relações familiares e 64,7% (p = 0,781) nas sociais. Apontaram como os principais fatores estressantes: morte de entes queridos (70.6 %; p = 0,662), distanciamento social (68,9 %; p = 0,233) e medo da infecção (63%; p =0,004). A maioria respondeu sentir fadiga ou esgotamento mental (69.4 %; p = 0,085) e ansiedade ou medo (66,8 %; p = 0,009). Conclusão: Os estudantes de saúde sofreram repercussões psicossociais, acadêmicas e no estilo de vida, com possível impacto na formação profissional e na saúde mental. Destacam-se esgotamento mental, ansiedade, medo, insônia, déficit na concentração e perda de energia como as principais implicações da pandemia da COVID-19 entre os estudantes. Palavras-chave: Estudantes de Ciências da Saúde, Saúde Mental, Estilo de vida, COVID-19