Associação entre número de plaquetas e hematoma espinhal após punção para a quimioterapia intratecal em crianças com leucemia linfoide aguda: uma análise retrospectiva

Abstract

RESUMO Objetivos: Estimar a associação entre contagem plaquetária pré-procedimento e complicações imediatas, incluindo hematoma epidural espinhal (HEE), após punção lombar (PL) em oncologia pediátrica. Métodos: Estudo observacional longitudinal retrospectivo de PLs realizadas entre janeiro/2021 e junho/2025 no IMIP (Recife-PE). Variáveis: idade, sexo, plaquetas e complicações imediatas. Análises: qui-quadrado, Mann–Whitney e regressão logística ajustada por idade e sexo. Resultados: Foram analisadas 5.668 PLs em pacientes com leucemia linfoblástica aguda (idade média ~8,3 anos). Plaquetas variaram de <1.000 a >500.000/mm³ (mediana ~150.000/mm³); 1,1% ocorreram com <10.000/mm³. A incidência de eventos clínicos imediatos foi muito baixa; não houve HEE. Pela ausência de HEE, não foi possível estimar a associação entre plaquetas e risco de HEE nem definir ponto de corte seguro. As taxas de eventos permaneceram estáveis no período. Conclusões: No centro avaliado, a PL apresentou baixo risco absoluto de eventos imediatos, com HEE raríssimo. Os achados apoiam decisão individualizada, priorizando técnica atraumática, experiência do operador e contexto clínico, em vez de limiares transfusionais fixos. Recomenda-se auditoria contínua e padronização rigorosa da técnica institucional. Palavras-chave: punção lombar; trombocitopenia; hematoma epidural espinhal; oncologia; leucemia linfocítica aguda.