Adesão à vacinação e qualidade de vida em pacientes transplantados de órgãos sólidos: uma coorte prospectiva

Abstract

Resumo Introdução: O paciente transplantado de órgão sólido (TOS) é altamente suscetível ao desenvolvimento de infecções. Objetivos: avaliar prospectivamente a adesão, hesitação nas vacinas, assim como frequência de complicações infecciosas, hospitalização, mortalidade e qualidade de vida dos pacientes até 6 meses a serem submetidos ao TOS de dezembro de 2024 a agosto de 2025 no IMIP. Métodos: Uma coorte prospectiva, dos pacientes TOS com mais de 18 anos de idade e seguidos por até 6 meses após a data do transplante, foi realizada no IMIP. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética do IMIP. Resultados: Neste estudo, 117 pacientes foram incluídos. O transplante de órgão renal (107; 91,5%) foi o mais frequente, seguido por 6 (5,1%) cardíacos e 4 (3,5%) hepáticos. Os pacientes tinham média de idade de 47,6 ± 13,9 anos. A frequência de adesão foi de 39,3% para hepatite B, 25,6% para antigripal, 24,8% para DTP, 21,4% para Pneumo-23, 15,4% para Prevenar 13, 10,3% para Anti-HPV4, 9,4% para Anti-COVID-19 e 1,7% para Anti-varicela Zoster. A hesitação às vacinas foi baixa. Não houve associação entre o uso das vacinas e a redução na frequência de complicações infecciosas, hospitalizações e mortalidade (p=ns). Houve melhora nos escores de qualidade de vida ao final de 3 e 6 meses (p<0.05). Conclusão: este estudo demonstrou baixa adesão e hesitação ao uso das vacinas, sem associação às complicações infeciosas, hospitalizações e mortalidade dos pacientes TOS, assim como melhora da qualidade de vida atribuída ao transplante.

Palavras-chaves: Transplante de órgãos sólidos; vacinação; hesitação; qualidade de vida;