Espiritualidade na percepção de pacientes com diagnóstico de doença grave em serviço de atenção domiciliar em uma região do nordeste do Brasil

Abstract

RESUMO Objetivo: compreender a visão que pacientes com doenças graves têm sobre a espiritualidade e religiosidade, investigando mudanças nessa percepção após o diagnóstico. Método: Este é um estudo exploratório e de corte transversal. Foram entrevistados 30 pacientes em um Serviço de Atenção Domiciliar. Foi utilizado um questionário semiestruturado com perguntas sociodemográficas, o Duke Religion Index (DUREL) e o Spirituality Self-Rating Scale (SSRS). Resultados: Metade dos participantes (50%) era do sexo feminino, com idade média de 68,26 anos e renda familiar de 1 a 3 salários mínimos (85,7%). Houve mudança na filiação religiosa após o diagnóstico, com aumento de evangélicos/protestantes e redução de católicos. As pontuações médias para religiosidade não-organizacional e intrínseca (4,70 e 4,47, respectivamente) foram elevadas, enquanto a religiosidade organizacional (2,14) foi baixa. A pontuação média da escala SSRS foi de 23,23, sugerindo alto nível de espiritualidade. Conclusão: Os resultados mostram que espiritualidade/religiosidade são aspectos relevantes para pacientes com doenças graves. A baixa pontuação em religiosidade organizacional, contrastando com altas pontuações em religiosidade não-organizacional e intrínseca, reforça a hipótese de que, ao receberem um diagnóstico grave, pacientes buscam conforto e propósito em crenças espirituais de maneira individual. Palavras-chave: Espiritualidade, Percepção , Doença grave, Experiência de Doença