Disfunção sexual em pacientes do sexo feminino com artrite reumatoide atendidas no ambulatório de reumatologia do IMIP

Abstract

INTRODUÇÃO : A artrite reumatoide (AR) é uma doença sistêmica crônica e progressiva de causa desconhecida, que acomete predominantemente a membrana sinovial das articulações, podendo resultar em destruição óssea e cartilaginosa. A doença pode levar a vários graus de incapacidade, impactando vários aspectos da vida do paciente, incluindo sua função sexual. Isso pode se manifestar como redução no desejo e satisfação sexual e, algumas vezes, incapacidade sexual. OBJETIVO : avaliar o impacto da AR na função sexual de pacientes do sexo feminino com a doença. MÉTODOS : trata-­se de um estudo transversal e analítico, envolvendo as pacientes atendidas no Ambulatório de Reumatologia do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP). A coleta de dados clínicos e demográficos (idade, sexo, procedência, naturalidade, hábitos de vida, tempo de doença, manifestações clínicas, comorbidades e medicações em uso) foi feita por revisão de prontuários ou por entrevista com a paciente. Todas as pacientes preencheram os critérios de classificação de AR do ACR (Colégio Americano de Reumatologia) 1987 ou os critérios ACR/EULAR (Liga Europeia contra Reumatismo) 2010. A presença de disfunção sexual foi avaliada por meio da aplicação índice de função sexual feminina ( Female Sexual Function Index – FSFI) pela paciente após o consentimento da mesma. A análise estatística dos dados foi realizada pelo software GraphPad Prism versão 6.0. RESULTADOS: Foram avaliadas 40 mulheres, com média de idade de 53 anos e tempo de doença médio de 68,2 meses.Dessas, pacientes foi encontrado fator reumatoide positivo em 57,5%.A ocorrência de disfunção sexual nesse grupo foi de 82,5%(33 mulheres). Houve correlação estatística significativa entre a ocorrência de disfunção sexual em pacientes que apresentavam os seguintes parâmetros: alto IMC, PA mais elevada, maior tempo de duração da doença e idade elevada. CONCLUSÕES: Não foi encontrada correlação ou associação no presente estudo entre a ocorrencia de disfunção sexual e ocupação, escolaridade, atividade da doença (CDAI e DAS – 28), incapacidade funcional (HAQ) ou uso de medicações sintéticas ou biológicas, porém comprovou-­se que idade mais elevada e maior tempo de doença estao diretamente relacionadas a menores índices de FSFI, caracterizando pior vida sexual. Parâmetros não relacionados a AR como altos níveis pressóricos e alto IMC também apresentaram relação com o grau de disfunção sexual.